Santos foi campeão pela última vez no Paulista de 2016 (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

Não, não estou orgulhoso da campanha que o Santos fez na Copa Libertadores. Não acho que o Santos chegou mais longe do que deveria. Estou cansado de aceitar derrotas, como acontece há 17 campeonatos seguidos.

O Santos não ganha um título desde 2016, maior jejum desde aquele encerrado em 2002. Está normalizando eliminações pra Ceará, Ponte Preta, Barcelona do Equador, River Plate do Uruguai. Está normalizando o discurso do que importa é chegar aos 45 pontos no Campeonato Brasileiro.

O clube e sua coletividade precisam entender o tamanho do Santos. São três finais de Libertadores neste século (recorde entre brasileiros), são nove participações em quartas de final (recorde entre brasileiros). Nos últimos quatro brasileiros foram dois vices e um terceiro. A pior campanha foi em 2018 (com Cuca), quando terminou em 10º.

O que falta para ganhar?

Entre outras coisas, entender que o Santos não é um coitadinho. Não importa se deram 4% de chances de classificar na Copa Libertadores. Na final, são 50:50 e ganha quem quer mais, quem acredita mais. O Santos, desde a escalação, pareceu não acreditar. Pareceu não acreditar como nos confrontos contra Boca Juniors e Grêmio.

A nova gestão tem a chance agora de promover a mudança que tanto esperamos. Com uma administração melhor dos recursos (dinheiro existe), com uma política de contratações e um modelo de formação de elenco, como escrevi aqui, mas precisa também mudar a mentalidade do clube.

O Santos precisa ter uma mentalidade vencedora. Isso começa nos discursos e ações do presidente, passa pelo exemplo de liderança do técnico e por todos os colaboradores do clube.

Passa pela base, que precisa ser cobrada para ganhar títulos também porque isso faz parte da formação. Já trabalhei com executivo de futebol e é um saco ter jogador no elenco que se ganhou está bom, se empatou está bom e se perdeu está bom também.

Não está!

Você não precisa necessariamente de dinheiro para ter um time campeão. Como o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, repete a cada entrevista, ele pode prometer trabalho qualificado e mentalidade vencedora.

O Santos de hoje não tem nenhuma das coisas.