Mosaico da torcida do Santos no clássico contra o Corinthians (Crédito: Reprodução)

No dia 17 de fevereiro de 2021, a Torcida Jovem montou um mosaico na Vila Belmiro antes do jogo contra o Corinthians, pelo Brasileirão do ano passado. A mensagem era de um orgulho que nem todos podem ter.

“109 anos na Primeira Divisão”!

O Santos jogou naquele dia com João Paulo, Pará, Luiz Felipe, Luan Peres e Felipe Jonatan; Alison, Ivonei, Sandry; Marinho, Marcos Leonardo e Lucas Braga. Venceu por 1 a 0, com gol de Marcos Leonardo.

A sequência da contagem do mosaico nunca esteve tão ameaçada.

O Santos precisa de 16 pontos para se livrar do rebaixamento. Nos mesmos 11 jogos no primeiro turno, fez apenas dez. Com Carille, são sete pontos em nove jogos (um ponto a mais apenas que a Chapecoense).

É chover no molhado falar que o time é limitado, mas comparem a escalação que venceu o Corinthians com a da derrota por 2 a 0 para o América-MG no último sábado. O goleiro é o mesmo, os laterais são os mesmos, dois dos três atacantes são os mesmos. É quase meio time.

No restante, Luan Peres foi vendido e Luiz Felipe está lesionado (mais uma vez). A dupla foi Emiliano Velazquez e Danilo Boza. Sim, uma dupla mais fraca, mas não existe um abismo de diferença.

O meio-campo é totalmente diferente, mas Ivonei não joga porque foi rebaixado para o time B. Alison era perseguido pelos torcedores. Apenas Sandry, lesionado, seria uma grande ausência. E o Santos jogou com Camacho (ao contrário de Alison, adorado pelos torcedores), teve Zanocelo e Carlos Sánchez, um atleta com bagagem de Copa do Mundo.

No ataque, Tardelli com toda a sua experiência na vaga de Marcos Leonardo, que também não agrada a todos os torcedores e está fora do time sabe-se lá por qual motivo.

Qual é meu ponto. O Santos deveria jogar melhor mesmo com o elenco limitado que tem. Já jogou melhor com praticamente as mesmas peças e até com menos opções, como em alguns jogos no primeiro turno do Brasileirão.

O desempenho do time com Fabio Carille é assustador. São três gols marcados em nove jogos. O Santos parece um catado. Ninguém sabe qual a proposta de jogo. Não tem marcação na saída de bola, não tem pressão pós perda, não tem linha alta, não tem jogada ensaiada.

Tem Carlos Sánchez de centroavante, tem Marinho e Lucas Braga pegando a bola e tentando resolver o jogo sozinho. Tem mudanças que ninguém consegue entender durante o jogo.

Ainda dá tempo de tentar alguma medida para evitar o rebaixamento, mas a diretoria não pode se omitir. Não há qualquer sinal de que o time vai evoluir com Carille ou com as mesmas condições atuais.

É preciso fazer alguma intervenção para mudar o cenário.

Não há garantias, é claro, de que algo vai mudar de fato, mas é hora de pecar pela ação e não pela omissão.

Ou a contagem dos anos na Primeira Divisão vai acabar e teremos um “orgulho que nem todos podem ter” a menos.