Reconstrução!
Esse foi o mantra do Santos após a eleição de Andres Rueda em dezembro de 2020. Com três dos quatro últimos presidentes expulsos até do quadro de sócios do clube (e com o quarto, de mandato tampão, no mesmo caminho), a reconstrução não era só uma palavra bonita, mas uma necessidade.
Existiam alguns caminhos para a reconstrução. O Christian, meu sócio, venderia todo mundo e começaria do zero. O Barcelona, em momento parecido, optou pela teoria do círculo virtuoso (escrevi sobre isso aqui), que também seria a minha. O Santos optou pelo caminho de menor risco financeiro, mas com grande risco esportivo.
E o risco esportivo já foi visto no Campeonato Paulista, com a pressão de ter de vencer o último jogo para não ser rebaixado pela primeira vez. Na Libertadores, o time foi eliminado na fase de grupos pela primeira vez desde 1984.
Essa informação da Libertadores é interessante e ao mesmo tempo preocupante. 1984 foi o ano de início do maior jejum de títulos da nossa história. Foi o início da geração dos Meninos da Fila (a minha geração). Nós todos sabemos o impacto desse jejum no número de torcedores do clube, por exemplo (mais torcedores = mais receita, em teoria).
Sábado, o Santos estreia no Campeonato Brasileiro e, na minha opinião, está no terceiro “pote” dos participantes. Eu vejo Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Grêmio e Atlético-MG como favoritos ao títulos. Internacional, Fluminense, Athletico-PR e Red Bull Bragantino como o segundo escalão. O Santos para mim está no terceiro grupo, do que tudo pode acontecer (inclusive nada), com Corinthians, Atlético-GO, América-MG, Bahia, Ceará e Fortaleza. E existe o último grupo para os quais a missão é escapar do rebaixamento (Cuiabá, Sport, Chapecoense e Juventude).
No meio da temporada, o Santos já precisa tomar outra decisão e ela é muito difícil. A decisão e as escolhas feitas pelo clube nos últimos dias vão decidir se ele pode pender para o pote de cima e sonhar com uma vaga na Libertadores (se tivermos G-8, por exemplo) ou se vamos entrar na briga com o pote de baixo.
A reconstrução, da maneira como ela foi idealizada em janeiro, precisa ser um pouco mais maleável (no mínimo) dentro de campo.
O Santos hoje não está em condições de abrir mão de uma liderança como o Carlos Sánchez, por exemplo. Nosso meio-campo contra o Barcelona-EQU tinha Vinícius Balieiro, Ivonei e Gabriel Pirani. Em 2020, Ivonei foi titular e Pirani reserva na Copa São Paulo de Juniores em que o Santos foi eliminado na segunda fase pela Ponte Preta. Vinícius Balieiro estava no time eliminado pelo Red Bull Brasil no Paulista Sub-20.
Os meninos tem qualidade, mas não vão resolver nada sozinhos.
Carlos Sánchez pode não ser o mesmo de outros tempos, mas tem muita bagagem. Tem o respeito dos companheiros e dos adversários. Tem peso. A diretoria pode seguir com a política de produtividade para contratos novos, especialmente de jogadores contratados agora, mas pode ter exceções também. Sánchez é o segundo maior artilheiro estrangeiro da história do clube, já é um bom argumento.
O Santos também não pode se reforçar apenas com “sobras” de outros times. Cadê o departamento de inteligência para encontrar jogadores antes dos outros clubes? Cadê a criatividade para conseguir negócios que, na teoria, estariam acima da capacidade financeira do clube? Cadê a competência para gerar novas receitas e melhorar o cenário do clube?
Pegar uma planilha e decidir o que vai cortar não é tão difícil. Contratar jogadores como alguns dos citados, especialmente como Felipe Saraiva, não é tão difícil.
A gente espera mais de uma diretoria com histórico profissional tão elogiado como a atual.
A diretoria agora precisa decidir se vai seguir com as suas convicções e correr o risco esportivo no Campeonato Brasileiro ou vai se adaptar ao momento agora para que a reconstrução, da forma como eles imaginavam, comece no início de uma próxima temporada.
A escolha para eles pode ser difícil.
Para mim, não é.
Reconstruir um clube quase falido com quase R$ 100 milhões garantidos em cotas de TV já é difícil. Imaginem como seria demorada e complicado uma reconstrução com R$ 8 milhões (valor aproximado de uma cota de Série B).
O Santos não pode correr esse risco.
Vamos ver qual será a decisão tomada.
Eu acho que o Santos está no pote de baixo, o dos candidatos a rebaixamento.
A prioridade TOTAL a partir de agora é o Campeonato Brasileiro, Sul Américana e Copa do Brasil, devem ser segundo plano, uma vez que esses torneios não tem rebaixamento. Em relação ao Sanches, somente aceitar contra de um ano, por produtividade, uma vez que antes da contusão, ele já estava bem “aquém” daquele Sanches que conhecíamos….
Eu acho que não, o Santos sempre surpreende, tem muitos outros times em piores condições, não esqueçam que os favoritos tem muitas competições paralelas difíceis, EU ACREDITO!
Faltou planejamento da diretoria com o ex treinador do Santos,Ariel Holan em ultilizar o time titular mas maiorias dos jogos,mescla em alguns,pois o que temos.de melhor,seria o time titular,foi um erro olivar um time só de garotos,tanto no paulista e libertadores,garotos ainda despreparados,deixamos de classificar no paulista por perder jogos,com time de garotos,corremos risco de cair,se salvamos com os titulares,na libertadores também erramos muitos em não ter humildade de jogar mas fechado na casa do adversário,sem esse esquema de três Atacantes,que é bonito pra time com elenco e planejado,sendo que o esquema ideal pro Santos,seria o 4 4 2 ,vai mudando conforme o jogo.
Everaldo, assino embaixo. O Santos disputou todos os jogos do Paulista até a saída do Holan com time reserva e ate com reserva dos reservas. So usou o time principal nos 3 ultimos jogos. Então quase cair no Paulista não significa uma muita coisa. Mas o time corre , sim riscos de cair, conforme texto do Giovane.
Não da para jogar no 4 3 3 com meio de campo fraco e laterais fracos defensivamente. O time fica muito vulneravel e toma muitos gols .Tem que povoar o meio de campo, ja que não tem qualidade, vamos com quantidade. Eu acho que no minimo teria que ser um 4 4 2 , mas acharia ate melhor um 3 5 2, colocando um zagueiro mais alto (Derick?) por conta das bolas altas (outra deficiencia). E claro, tem que ter intensidade….não adianta ter esquema, treinar e jogar com a intensidade padrão Jesualdo Ferreira.
Bem penso que tudo na vida tem que ter um certo equilíbrio, então finanças e a parte esportiva tem que ter equilíbrio, agora esquemas táticos que não custa que ser melhor,ainda tem no elenco jogadores que não tem a menor condição de vestir a camisa do Santos fc outra situação é essa situação de DNA ofensivo esquece o passado e vamos parapara realidade com as características do elenco e do cofre.
Você é bom escrevendo. Não deveria apresentar o programa, porque, por mais que tente não fazê-lo, você mistura a paixão de torcedor com a necessária racionalidade exigida a um analista. É só um toque.
Precisamos do Sanchez? O jogo de ontem deixou claro que sim. Mas precisamos do Sanchez de 2019 , nao do Sanchez da segunda metade de 2020. E ai eh que estah a questao. Decisao muito dificil ja que nao ha garantia de qual Sanchez vai entrar em campo nos proximos um ou dois anos.
Boa tarde, Gio!
Sou seu fã, mas permita-me discordar de você. Arrumar a casa é inevitável. O faz agora ainda na primeira divisão, ou terá que fazer na segundona.
A opção “Barcelona”, é a que o São Paulo está adotando, é muito arriscada. O Santos não precisa dela. Veja o exemplo do Corinthians. Eles estão pior que o Santos, bloqueio de contas toda semana. Assim não dá para administrar nada.
O Santos está administrável. Custa R$ 16 milhões por mês, ou seja, R$ 200 milhões por ano, para um orçamento de R$ 250 milhões. Se mantiver os gastos dentro da arrecadação recorrente, isto é, não ter que vender jogador para pagar salários, você vai ver em pouco tempo a coisa melhorar, ficar administrável.
Daí as vendas de jogador vão matar dívidas caras e entramos num círculo virtuoso.
Se o Sanches não topar renovar, paciência. Não pode fraquejar. No segundo semestre trazemos alguém que faça a diferença.
Você está muito afoito. O campeonato brasileiro é longo. O Santos tem time para o décimo segundo lugar. Bom? Não, mas veja pelo lado do círculo virtuoso
Sobre o tal “círculo virtuoso” já opinei no outro texto, sem dinheiro isso não existe, creio ser necessário um mínimo de capacidade de manobra, não é o caso do Santos atualmente, na minha opinião.
Ainda que admita que o Sanchez de 2020 foi péssimo, creio que para o momento atual, seja necessário um esforço pra mantê-lo, sem fazer loucuras, mas um contrato justo, que o Santos possa pagar.
Um cara experiente, pra ser uma referência para os moleques.
O ideal seria o Robinho, mas a lacração da mídia podre infelizmente impede o Santos de tê-lo no time, uma pena.
Sobre a campanha no brasileiro, o Santos sempre surpreende positivamente, mas é de fato preocupante.
Por isso mesmo, pra um time de moleques, um cara como Carlos Sanchez seria muito importante.