Presidente Andres Rueda está sob pressão no Santos (Crédito: Fábio Maradei)

Caro presidente Rueda,

Nós, santistas, reconhecemos todos os seus esforços nas áreas administrativa e financeira, sua boa índole e boa vontade de ajudar o nosso Santos.

No entanto, essas suas qualidades não tem sido suficientes para o nosso Peixe, sobretudo na parte esportiva que, em um clube de FUTEBOL, dá o tom para toda a vida política.

Senhor presidente, a participação do Sr. em uma Live do UOl nesta quinta-feira (7/4) me preocupou. Pela primeira vez, fiquei com a sensação de que o Sr. sentiu o golpe. Fiquei com uma impressão de insegurança, percebi palavras mal colocadas, falta de firmeza nos posicionamentos, etc.

Nós sabemos o quanto o ambiente do futebol é inóspito para alguém como o Sr, que nunca transitou nos bastidores do esporte, que não tem a malícia daqueles velhos cartolas que nos acostumamos a ver no Brasil.

Sei também que os bastidores do Santos são cruéis e sujos, que no clube muitas vezes o inimigo mora ao lado, que tem muita gente que torce para o “quanto pior, melhor”.

Percebemos também que o Sr. está ficando cada vez mais sem apoio. Além das saídas do CG, vimos a reprovação da proposta de mudança do programa do sócios (que seria ótima) na penúltima reunião do Conselho e diversas manifestações contrários ao Sr. na última delas.

Presidente, o Conselho tem cerca de 75% dos membros de pessoas que entraram na chapa do Sr. Se mesmo diante desse cenário as críticas são mais fortes e mais presentes do que os elogios, acho que passou do momento de o Sr. fazer uma grande reflexão.

Aceitar erros é uma atitude nobre para grandes personalidades, grandes lideranças e coloco o Sr. entre uma delas.

Tenho visto diversas manifestações apartidárias apontando a falta de autocrítica como um problema da gestão. Tendo a concordar com essas críticas.

Sr. presidente, gostaria de dar uma sugestão ao Sr. Não é hora de falar, é hora de ouvir.

Mesmo nesse ambiente inóspito do futebol e cruel do Santos, temos muitas pessoas sérias, honestas, que querem o bem do clube e podem ajudar.

Acredito que o Sr. poderia fazer rodas de conversas (virtuais mesmo) com santistas que querem o bem do clube. Além de ajudar com ideais, elas podem criar uma rede de proteção (frase da moda) para que o Sr. siga o caminho administrativo e financeiro que pode salvar o clube no futuro.

Vamos começar mais um Campeonato Brasileiro com medo (real) do rebaixamento. A máquina de moer reputações santistas deve ter muita munição (do campo) nos próximos meses.

Sr. presidente, antes da eleição o Sr. divulgou uma espécie de manifesto pedindo a união dos santistas, mas elencando diversos pontos sobre os quais essa união seria baseada.

Essa união, neste momento, precisa ser construída e não imposta. E para ela ser construída é preciso que muitas vozes sejam ouvidas.

A bola está com o Sr, presidente.

Está na hora de fazer o gol.

Um grande abraço

Atenciosamente,

Giovane Martineli