Edu Dracena e Andres Rueda comandam o futebol do Santos (Crédito: Ivan Storti/ SantosFC)

Não, o time do Santos não é limitado e está distante dos títulos há tempos porque o clube não tem dinheiro. O Santos está nessa situação porque gasta muito mal o pouco dinheiro que tem.

Nesta quarta-feira, o clube viu mais uma página triste da sua história. Goleada por 4 a 0 diante do Corinthians em Itaquera, no jogo de ida das oitavas da Copa do Brasil. Neste ano, já perdeu de 3 para o São Paulo, nos anos anteriores levou 4 de Palmeiras, São Paulo e Flamengo. Levou 3 do Juventude.

No clássico, Lucas Braga foi improvisado na lateral direita porque o técnico (e a torcida) não tem confiança em Auro, um dos jogadores contratados para esta temporada (não vou usar erroneamente o termo “reforço”).

No segundo tempo, o técnico Fabián Bustos trocou o meia-atacante Jhojan Julio, que errou praticamente tudo o que tentou (algo comum nos últimos jogos). Outro jogador contratado para a atual temporada. Entrou Bruno Oliveira, um garoto que até outro dia estava na Caldense e não conseguiu ajudar o Vitória a escapar do rebaixamento para a Série C, e Ricardo Goulart, maior contratação para a temporada e um dos maiores salários do futebol brasileiro, seguiu sentadinho no banco de reservas.

Saiu Marcos Leonardo e entrou Rwan Seco e Angulo, outro jogador contratado para a atual temporada, viu tudo na confortável poltrona da Neo Química Arena. Sem falar de William Maranhão, que nem no banco estava.

Enquanto isso, William participava dos três primeiros gols do Corinthians.

“Ah, mas o William tem salário de mais de R$ 1 milhão por mês”

Juntos, Ricardo Goulart e Angulo somam praticamente a mesma coisa.

Jogador bom potencializa jogador médio. O Corinthians começou o clássico com cinco garotos da base. O Santos começou com quatro (não estou contando Fagner, William e João Paulo).

É claro que não existe contratação infalível, mas de todos os jogadores que chegaram ao Santos aquele que melhor se adaptou ao clube foi Rodrigo Fernández, indicado pela área de inteligência do clube e não por treinador ou executivo de futebol.

O caminho é muito claro e a próxima janela está chegando. O Santos precisa se reforçar não somente pensando em não ser rebaixado, mas para deixar de passar vergonha.

São seis anos sem título.

Na semana passada, mais uma pesquisa de torcidas foi divulgada e o Santos foi apontado como um time em que os torcedores aumentam ou diminuem de acordo com a performance. Tem alta concentração entre os mais velhos (Era Pelé) e entre os mais jovens (efeito Robinho e Neymar). No intervalo entre as duas gerações, a torcida cai bastante (Meninos da Fila).

Esse cenário é péssimo do ponto de vista de mercado. Gera menos interesse de TV, de patrocinadores, etc.

Não dá mais para ter paciência.

Ou o Santos começa a pensar grande (porque é um gigante, de fato) ou terá de ser contentar em ser mais um, passar vergonha como a desta quarta-feira e aplaudir os rivais ganhando títulos.