Após três jogos disputados no Campeonato Brasileiro, o Santos lidera com sete de nove pontos possíveis, cinco gols marcados e apenas um sofrido (de pênalti, contra o Coritiba). Nem o torcedor que padece do mais severo quadro de síndrome de Polyana apostaria em um início tão bom. Ainda mais em se tratando de um clube que passa por rígido saneamento financeiro e só fez arrastar correntes desde final da Libertadores de 2020, lutando contra o rebaixamento em três competições consecutivas.
É possível identificar três aspectos que podem ajudar a explicar essa largada da equipe na competição: imposição na Vila Belmiro, encaixe entre meio de campo e ataque que potencializa dois jovens talentosos atacantes (Ângelo e Marcos Leonardo) e sinais de alguma solidez defensiva.
No ano passado, a clássica força do Santos em casa sofreu abalos. Uma boa medida foi o fato de ter empatado com Juventude e Sport por 0 a 0 logo nas primeiras rodadas. Das 19 partidas como mandante na Vila Belmiro, foram nove vitórias, seis empates e quatro derrotas – na reta final, com o retorno da torcida e a luta contra a queda, o rendimento melhorou. O que se viu contra Coritiba e América-MG, nos últimos dois fins de semana, foi uma equipe mais senhora de si atuando no Alçapão.
Nessas duas partidas, o time mostrou uma fluência ofensiva inédita sob o comando de Fábian Bustos. A opção por um meio de campo mais solto, com Zanocelo e Jhohan Julio associando-se a Ângelo, Baptistão e Marcos Leonardo, fez a equipe ser mais criativa à frente. É curioso que essa condição tenha se estabelecido com Ricardo Goulart, principal contratação para a temporada, no banco. O olhar para o copo meio cheio pode indicar um elenco mais encorpado, com opções para mudar o jogo.
Já na parte defensiva, o fato de João Paulo ter sido vazado apenas uma vez em três partidas é para comemorar. Não dá para cravar que há solidez no setor se lembrarmos que na última quarta-feira a equipe foi bombardeada pelo Coritiba na Copa do Brasil e só não sofreu uma goleada graças à atuação soberba do seu camisa 34, que fez uma série antológica de defesas.
Mas no Brasileirão, especialmente nas duas partidas em casa, o time foi mais equilibrado. Faça-se a ressalva de que contra o Fluminense, na estreia, a formação com blocos baixos, tentando reduzir espaços do adversário e apostando em contra-ataques foi falha e contou com a má pontaria do adversário para sair com o empate.
Por ter sido o único jogo como visitante na campanha até aqui e a sequência fora na temporada estar sendo sendo desastrosa, há que se esperar o panorama nos próximos jogos. O Peixe terá duas partidas seguidas longe da Vila, contra o La Calera, no Chile, pela Copa Sul-Americana, e São Paulo, no Morumbi, pelo Brasileirão. Uma viagem internacional e clássico na sequência serão um bom teste para saber se a equipe está mesmo com um tônus maior.
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