O início da coletiva do novo CEO do Santos, Paulo Bracks, não teve o presidente do clube, Marcelo Teixeira. Quem falou antes das perguntas de jornalistas foi Luiz Roberto Colombo, membro do Comitê de Gestão. Nos breves minutos em que teve o microfone, Colombo repetiu alguns dos chavões que o torcedor do Santos, que vê o time em 5º lugar na tabela da série B, está cansado de ouvir, embora alguns sejam verdadeiros: “Presidente pegou o clube em uma situação muito difícil”, “Santos perdeu o Campeonato Paulista no detalhe”, “Presidente está cuidando da situação administrativa”, etc.
Adicionou ainda que foi jogador da liga universitária do Rio de Janeiro – seja lá em que ano isso tenha ocorrido.
Luiz Roberto Colombo admitiu que há uma grande dificuldade em administrar todo o clube, o que explica a chegada de um CEO – ou, diretor-executivo, para evitar anglicanismos. Ao apresentar Paulo Bracks, afirmou que o profissional é muito bem preparado, citou os trabalhos no América-MG, no Internacional e no Vasco.
O membro do CG contou que o profissional ficou encantado com a estrutura do clube (o que levanta algumas suspeitas, para quem sabe a defasagem que há nesse aspecto). E arrematou o discurso com o típico bairrismo que é, muitas vezes, convidado de honra no entorno do clube: “Marcelo formou uma equipe [no Comitê de Gestão] que tem residentes em Santos, negócios em Santos, sua família em Santos, seus filhos, seus netos, então, tem o compromisso. O Santos Futebol Clube está no coração da gente, com a cidade de Santos que é o nosso amor.”
Na coletiva de Paulo Bracks, o novo mandatário santista abordou diversos temas interessantes, como a relevância de criar um departamento robusto de inteligência e citou que, quando estava no Internacional, o clube contratou inclusive um estatístico para integrar o time de análise. Falou sobre o uso da base, a importância de que os Meninos da Vila cheguem mais prontos ao profissional. Pediu tempo para avaliar trabalhos de Fabio Carille e Alexandre Gallo.
Bracks também abordou a questão do futebol feminino, citou que esteve reunido com Thais Picarte e prometeu dedicação para reverter a precária situação deste setor no clube. Em pouco menos de uma hora de coletiva, o torcedor do Santos pode vislumbrar alguma esperança de profissionalismo no clube. A relevância de um diretor-executivo com a capacidade de olhar de forma integral para o Santos Futebol Clube já era latente, mas o contraste ganhou força após a fala inicial de Luiz Roberto Colombo.
Paulo Bracks não é de Santos, até ontem não morava na cidade. Não tem negócios em Santos ou família. Mas dá uma ponta de esperança ao torcedor (seja ele de Santos ou não) de que algo possa mudar no clube.
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