Marcelo Teixeira completou 100 dias de mandato no Santos (Foto: Guilherme Greghi / Santos FC)

Em novembro de 2009, no auge da disputa pela presidência do Santos com Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, Marcelo Teixeira lançou uma profecia sombria e ameaçadora sobre o futuro do clube caso um novo dirigente assumisse o cargo.

“Se cair para a segunda divisão, o Santos não terá forças para voltar para a primeira divisão como outras camisas estão fazendo, que voltaram logo em seguida. Tomara Deus que nunca caia”, afirmou Teixeira, em entrevista à Santa Cecília TV, canal de propriedade de sua família.

Quase 15 anos depois, o Santos está na Série B e cabe ao próprio Marcelo Teixeira a tarefa de reconduzir o clube à Série A, mas as atitudes do dirigente parecem tentar cumprir a profecia feita em 2009.

O Santos de Marcelo Teixeira parece viver na fase do amadorismo. Não existe qualquer tipo de invstimento em estrutura, o departamento de futebol é incompetente, não tem um executivo de futebol por “economia” e mantém Marcelo Fernandes na comissão técnica permanente para não manchar a carreira de um familiar do ex-dirigente José Paulo Fernandes. O próprio Marcelo Teixeira deu essas explicações em reunião do Comitê de Gestão.

O departamento médico carece de tecnologia e material humano, Simples lesões demoram mais do que o normal para serem curadas. Fábio Carile culpou a ausência dos atacantes Pedrinho, Julio Furch e Guilherme pelo mau momento do clube na Série B e revelou que a volta deles nos últimos jogos foi apressada pela necessidade de um time que não sabe contratar.

Não sabe contratar porque depende de indicações para o gerente ou técnico. Não existe um departamento de mercado, scouts e os analistas de desempenho estão no clube, em sua maioria, por amizado ou conveniência política.

A conta vai cair no técnico Fábio Carille, que tem uma parcela grande de responsabilidade pelo mau desempenho do time. Mas novamente a falta de profissionalismo do clube reflete na busca por un substituto. Os nomes vão de Léo Condé a Felipão, perfis completamente diferente. Falta convicção, sobre palpite.

Aliás, o que mais temos com Marcelo Teixeira são palpiteiros com acesso livre ao clube, como o filho do dirigente e seus amigos.

A Série B não é um bicho de sete cabeças. Os 12 grandes do país caíram 17 vezes desde 2006 e voltaram no ano seguinte em 14. Apenas Cruzeiro e Vasco passaram mais de um ano na Série B. Dois times com tantos problemas administrativos e financeiros que só encontraram na SAF uma alternativa para tentar voltar aos grandes momentos.

O Santos ainda não é uma SAF, embora Marcelo Teixeira trate o clube como se fosse.

Se não profissionalizar, “o Santos não terá forças para voltar para a primeira divisão como outras camisas estão fazendo”.