Responsáveis pelo departamento de futebol do Santos (Crédito: Raul Baretta/SantosFC)

O Santos empatou com o Novorizontino em 1 a 1 na noite desta segunda-feira, na Vila Viva Sorte, e chegou aos 50 pontos na Série B do Campeonato Brasileiro. Nas contas do técnico Fábio Carille, o time precisa de mais 14 pontos para conseguir o acesso à Série A.

Com 30 pontos em disputa, o Santos precisa de um aproveitamento de 46% nos 10 jogos restantes para conseguir o acesso. É o aproveitamento que o Operário-PR, 12º colocado, tem atualmente, por exemplo. O Vila Nova, quinto colocado, precisaria ter um aproveitamento de 63,3% dos pontos nas últimas rodadas para chegar aos 64 pontos. Sabem qual time tem esse aproveitamento na competição?

Nenhum. O líder Novorizontino tem 60%.

O Santos vai subir para a Série A em uma das piores Séries B de todos os tempos. Mas não existe qualquer tipo de “reconstrução”, o mantra do presidente Marcelo Teixeira. Em nenhuma área o Santos de 2024 está melhor do que o Santos de 2023 e não existe qualquer perspectiva de melhora para o futuro. Vou exemplificar para os puxas-sacos, a única área em que o clube cresceu exponencialmente neste ano, não ficarem melindrados.

Estrutura

O Santos ainda não conseguiu colocar o projeto da Nova Arena com a WTorre em pé. Muito porque não é o desejo da administração, que elencou inúmeros problemas no contrato e tenta de todas as formas minar a paciência da construtora. A ideia nos bastidores era surgir com uma alternativa salvadora com pessoas de Santos (membros do CG são donos de construtoras), mas nenhuma solução viável apareceu. O DIÁRIO recebeu relatos de que o Grupo Mendes, por exemplo, já aconselhou Marcelo Teixeira a assinar com a WTorre por ser a única opção viável.

O Santos não sabe o que quer da vida com o projeto de CT. O clube divulgou um projeto de reforma do Meninos da Vila, o filho do presidente fez reunião em Brasília com o Ministro do Esporte para discutir o uso de Leis de Incentivo, mas depois de o DIÁRIO mostrar que o projeto era bem inferior a de todos os outros clubes grandes do país, já surgiram propostas mirabolantes de projetos em outras cidades do litoral. Nada prático avançou.

Departamento de futebol

Um dos artífices do rebaixamento, Alexandre Gallo continua como responsável pelo futebol. O clube segue com processos questionáveis para a contratação de “reforços”. Billy Arce, por exemplo, não teve aval da comissão técnico e do recém-criado departamento de inteligência. O goleiro Renan pode nem jogar pelo clube. Yusupha Njie foi contratado pelo vídeo de melhores momentos.

A área de análise de desempenho foi “reforçada” com um filho de conselheiro. Agora são dois entre quatro profissionais da área. Nem coisas simples, como chegar no horário para a partida, o Santos conseguiu, visto os problemas em Florianópolis e Belém.

Programa de sócios

Estamos em outubro e não existiu até agora qualquer tipo de evolução no programa de sócios. O aumento no começo do ano foi impulsionado pelos jogos em São Paulo e a fase do time, mas não existiu qualquer mudança de planos, os sócios não ganharam qualquer benefício novo e o número não cresce.

Processos

Com um presidente vaidoso e populista, o Santos errou em diversos processos (ou pela falta deles). Logo após a eleição, o presidente anunciou uma pré-temporada em Dubai. Não rolou. Marcelo Teixeira anunciou até no Conselho o “maior patrocínio da história”, com a Parimatch, de R$ 145 milhões. Não rolou. O Santos inauguraria o Pacaembu no dia 28 de abril. Não rolou.

Santos e Boca Juniors fariam um amistoso em homenagem a Pelé e Maradona. Não rolou. A Viva Sorte fecharia um contrato de 10 anos para o Naming Rights da Vila. Assinou apenas até dezembro e com outras propriedades no pacote. Santos assinaria um contrato de patrocínio com o Porto. Ainda não rolou.

Só SAF salva

Por todos esses pontos mencionados acima, o Santos do modo com0 é administrativo não tem qualquer chance de voltar a ser grande. Hoje só a camisa lembra o clube que já foi o Maior das América um dia.

A única alternativa é virar uma SAF e ser vendida para um grupo idôneo, com cases de sucesso no futebol, com origem do dinheiro bem conhecida e lícita. Aposto que uma SAF do Santos seria bastante atrativa para o mercado. Não é virar SAF e vender para qualquer um.

Não é virar SAF e oferecer para o Neymar Pai.