“A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”.
O verso da música Comida, dos Titãs, composta também por um santista (Sérgio Brito), explica bem o momento do Santos e a relação do torcedor com o técnico Fábio Carille, que foi xingado na Vila Viva Sorte na vitória por 1 a 0 sobre o Operário-PR no último sábado.
“A gente quer prazer pra aliviar a dor”.
A ferida do rebaixamento ainda dói no peito do santista. Se no Campeonato Paulista, com times da Série A do Brasileiro, o torcedor aceitou um time reativo, fechado, explorando os contra-ataques, na Série B a expectativa era outra. Maior orçamento, clube com maior torcida, de mais camisa, o Santos tinha a obrigação de jogar bem.
O time é líder da competição, perdeu apenas uma das últimas 19 partidas, deve subir com antecipação, mas falta alguma coisa.
“A gente não quer só comer, a gente quer comer e quer fazer amor”
1 a 0 não tá bom, Bruno!
Amigos e ex-parceiros de trabalho, Fábio Carille e Tite, demitido nesta segunda pelo Flamengo, pagam o preço pela expectativa dos torcedores do clube carioca e dos santistas.
Torcedor do Flamengo acredita que o time é o Bayern de Munique e tem de conquistar todos os títulos disputados com folga. Na semana passada, o clube foi eliminado na Copa Libertadores pelo Peñarol de Diego Aguirre e Maxi Silvera, Está nas semifinais da Copa do Brasil e na quarta colocação do Campeonato Brasileiro.
Torcedor do Santos não é tão iludido assim. Ele foi muito maltratado nos últimos quatro anos, com um golpe muito forte que foi o rebaixamento. Mas o mínimo que o santista esperava era ter uma volta tranquila para o lugar de direito, a Série A.
Fábio Carille foi auxiliar de Tite no Corinthians. Formaram uma parceria muito vitoriosa, em um trabalho marcado por um forte sistema defensivo. Um tipo de trabalho totalmente identificado com o clube que criou o marketing do “maloqueiro e sofredor”.
O Santos teve Pelé e o Flamengo teve Zico. Os torcedores desses times, historicamente, gostam de times ofensivos, alegres, que jogam por espetáculo. Como ambos jogaram em 2019 com Jorge Sampaoli e Jorge Jesus, respectivamente.
Carille tem 62,9% de aproveitamento no Santos, Tite foi demitido com 65,7%. Eles pagam (pagaram) o preço pela expectativa.
São farinha do mesmo saco e ainda faltou acrescentar o Mano Menezes na lista. Técnicos retranqueiros sem nenhum estilo de jogo ofensivo ou com mudanças táticas de acordo com o jogo e o adversário. Teimosos, é aquilo e aquilo mesmo, morrem abraçados com suas convicções e teimosias. Que o presidente Marcelo Teimoso nem pense em contratar o professor do Carille para técnico aqui no nosso PEIXE. É certeza que não vai dar certo. De futebol feio quem gosta são os gambás, aqui não. Saudações SANTISTAS a todos.