Por Alberto, especial para o DIÁRIO DO PEIXE
“Meu avô e meu pai eram santistas, então naturalmente eu virei santista também. E uma das grandes lembranças que tenho da minha infância está ligada ao Santos. Quando o clube decidiu o Campeonato Paulista de 1984 com o Corinthians, lá no meu bairro (em Campo Grande, Mato Grosso do Sul) houve uma guerrinha entre santistas e corintianos. Quem perdesse teria de carregar a bandeira do vencedor e ainda cantar o hino de joelhos. Foi muito legal.
Uma coisa engraçada sobre mim é que eu era um santista que não conhecia a Vila Belmiro. E só fui conhecer quando o Santos me contratou, em 2002. Jogar no meu clube, é claro, foi uma grande alegria e, entre as boas lembranças que eu guardo daquele período, uma das mais fortes é o gol de bicicleta no jogo contra o Corinthians (pela fase de classificação do Campeonato Brasileiro). Aquele momento foi indescritível, a emoção que eu senti não sei nem como traduzir em palavras. Para falar a verdade, nem sei como eu fiz aquilo.
Aquele foi o tipo de gol de que você precisa para marcar a sua carreira. A gente que é jogador passa a carreira inteira buscando um momento como aquele, e até hoje eu sou reconhecido por causa daquela jogada.
Eu moro em Jundiaí, e é impressionante como até hoje as pessoas me param nas ruas aqui da cidade para falar daquele gol. Outro dia tive um problema com meu carro e tive de levá-lo a uma oficina. Chegando lá, o mecânico, que é corintiano, logo fez uma brincadeira com a bicicleta.
Até hoje eu frequento eventos da torcida santista, e não tem um encontro em que não me lembrem daquele gol. Quando eu vou para São Paulo ou para Santos, então, é uma loucura, em Santos praticamente todo mundo me para na rua para falar da bicicleta contra o Corinthians.
Foi uma pena eu ter ficado no Santos por apenas seis meses. Eu não queria ter ido (para o Dínamo de Moscou). Infelizmente, esperei a proposta de renovação, e ela não veio, a diretoria na época tinha outros planos. Sempre quis voltar ao clube, só que não recebi o convite. Mas tudo bem, tenho muito carinho pelo Santos, continuo sendo santista.”
FICHA TÉCNICA DO JOGO
Corinthians 2 x 4 Santos
Campeonato Brasileiro – Primeira fase
Data: 03/10/2002
Local: Pacaembu
Renda: R$ 389.781,00
Público: 33.933 pessoas
Árbitro: Edílson Pereira de Carvalho
Cartões amarelos: Fabinho, Gil, Guilherme, Kléber, Elano e Maurinho
Gols: Alberto, aos 17 e aos 31 minutos do 1º Tempo; Elano, aos 3 e aos 6, Fabinho, aos 12, e Leandro, aos 35 minutos do 2º Tempo
Corinthians: Doni; Ângelo (Fabrício), Anderson, Scheidt e Kléber; Fabinho, Vampeta e Renato; Deivid (Leandro), Guilherme e Gil. Técnico: Carlos Alberto Parreira.
Santos: Júlio Sérgio; Maurinho, Pereira, Alex e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego (Alexandre); Robinho (Adiel) e Alberto. Técnico: Emerson Leão.
Veja os gols daquela partida na voz do narrador Deva Pascovicci, torcedor do Santos, que morreu no acidente aéreo da Chapecoense, em novembro de 2016:
Deixar um comentário