O presidente José Carlos Peres listou uma série de medidas para impedir que o Santos entre em processo de falência (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

Que a situação financeira do Santos é dramática o torcedor já sabe. Porém, de acordo com o balanço do clube de 2017, o Peixe corre até mesmo risco de falência. Ao menos essa foi a análise da empresa de auditoria M/Legate, indicada pelo clube para auditar o balanço do último ano da gestão do ex-presidente Modesto Roma Júnior.

De acordo com o relatório, o Santos apresentou um superávit de R$ 2,9 milhões em 2017, mas segue com passivo descoberto de R$ 224 milhões e passivo circulante de R$ 178 milhões  (totalizando R$ 402 milhões). A receita total do Peixe, de acordo com o balanço, foi de R$ 287 milhões, sendo R$ 136 milhões com direitos de TV e publicidade, R$ 78,6 milhões com negociações de direitos de atletas e R$ 25,9 milhões com receitas de jogos (além de R$ 46 milhões com outras receitas).

No relatório apresentado junto com a auditoria e obtido pelo DIÁRIO DO PEIXE, a empresa afirma que “…para a manutenção de suas atividades operacionais a captação e aporte de recursos é necessária a curto prazo e a atual administração, que tomou posse em 1 de janeiro de 2018, descreve as medidas que entende necessárias e que serão tomadas visando o equilíbrio econômico financeiro e da posição patrimonial do clube. A continuidade das atividades do clube depende do sucesso dessas medidas”, aponta o relatório.

Ainda de acordo com o documento obtido pelo DIÁRIO DO PEIXE, a nova gestão estabeleceu as seguintes medidas para contornar a situação.

– Ter uma administração financeira severa, responsável e profissional
– Planejar e efetuar um intensivo controle orçamentário por departamento
– Renegociar as dívidas bancárias e com terceiros, obtendo condições mais favoráveis como redução de juros e encargos
– Elevar as receitas de marketing e licenciamentos, com ações que deem condições para que possamos prospectar as melhores oportunidades de mercado
– Estimular fortemente a participação dos sócios nos jogos, aumentando assim a base de associados no Programa Sócio Reu, obtendo recursos através de empresas parceiras para proporcionar experiências únicas aos sócios.
– Elevar as receitas de jogos aprimorando cada vez mais as formas de comercialização dos ingressos e ação para atrair os torcedores
– Implantar o suporte jurídico preventivo, evitando assim os gastos com processos trabalhistas e cíveis
– Ter uma melhor avaliação dos atletas das categorias de base, com o objetivo de facilitar o processo de aquisição de atletas no mercado
– Honrar os compromissos tributários e atender todas as exigências da APFUT para que possamos manter os benefícios obtidos pela adesão ao PROFUT
– Implantar boas práticas administrativas e a captação dos profissionais, possibilitando um melhor desempenho, reforço dos controles internos e transparência para todas as atividades
– Melhoria dos processos informatizados integrando a área financeira, o que possibilitará um melhor controle do fluxo de caixa.

As primeiras ações do presidente José Carlos Peres vão de encontro às medidas sugeridas no relatório da auditoria independente. O dirigente cortou mais de 300 funcionários do clube e prevê uma economia de R$ 30 milhões com pessoal por ano. Além disso, acertou um acordo com a Globo para a venda de direitos de TV aberta, além de conseguir um empréstimo para pagamento de dívidas com a União. Segundo o dirigente, o número de sócios adimplentes passou de 25 para 40 mil.