Peixe tinha um ataque infernal em 1963 (Crédito: Divulgação)

Por Fernando Ribeiro e Vinícius Cabral, especial para o DIÁRIO DO PEIXE*

Neste domingo o Santos vai ao Rio de Janeiro enfrentar o Botafogo. Ao longo da história, os alvinegros protagonizaram embates emocionantes e decidiram o título nacional em duas oportunidades. Uma delas, não vale a pena relembrar, portanto vamos voltar ao ano de 1963.

Apesar de jogada em abril de 1963, a disputa entre os clubes era válida pela decisão da Taça Brasil de 1962. O Santos venceu a primeira partida no Pacaembu (4×3) e foi derrotado no Maracanã (3×1), forçando assim a realização de jogo desempate. O Maracanã recebeu mais de 70 mil pagantes, para uma renda considerada alta para a época (26 milhões de cruzeiros – mais de R$ 2 milhões, em valores atualizados).

Para o confronto decisivo, o técnico Lula lançou mão da escalação do maior time de todos – já gravada na memória de todo bom santista: Gylmar; Lima, Mauro, Calvet, Dalmo; Zito; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Porém, o comandante santista fez alteração que surpreendeu o adversário, deixando Dorval recuado para marcar Zagallo e com Pelé caindo às costas de Nilton Santos.

O alvinegro praiano entrou em campo com fome de bola, pois haviam sido derrotados no confronto anterior e uma nova derrota significaria a perda do título. Incomodados, fizeram no Maracanã uma exibição de gala, daquelas que ficam para a história. O carioca Jornal dos Sports foi enfático ao classificar a atuação do Santos como “o futebol mais perfeito que o Maracanã já viu”.

Dorval e Pepe fizeram os gols que deram a vantagem aos santistas no primeiro tempo. Coutinho e Pelé (duas vezes) completaram o marcador. Os 5×0 aplicados pelos santistas deixou claro quem era o maior time do Brasil na década de 60. As comparações entre as equipes eram frequentes, mas esta apresentação foi a prova de que não havia páreos para aquele grande Santos.

“A máquina estava quieta. Foram mexer com a máquina, é fogo. Se não mexessem com ela até que podíamos ganhar só de 2 a 1”, declarou Mengálvio ao fim da partida, alertando ser um grande erro provocar aqueles onze homens mágicos.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 0 x 5 Santos

Data: 02 de abril de 1963 (terça-feira, 21h15)

Local: Maracanã. Rio de Janeiro (RJ)

Público: 70.324 pagantes

Renda: Cr$ 26.911.763,00

Árbitro: Eunápio de Queiroz

Gols: Dorval aos 25 e Pepe aos 40 minutos do primeiro tempo; Coutinho aos 8, Pelé aos 29 e 34 minutos do segundo tempo

Botafogo: Manga; Rildo (Joel), Zé Maria e Ivã (Jadir); Airton e Nilton Santos; Garrincha, Edson, Quarentinha, Amarildo e Zagallo (Jair). Técnico: Marinho Rodrigues

Santos: Gylmar; Lima, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Mengálvio; Dorval (Tite), Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Lula

*A série Jogos para Sempre será publicada sempre para resgatar um confronto inesquecível entre o Santos e seu próximo adversário.