Rodrigo Galvão é o presidente da Terceira Via Santista (Crédito: Reprodução)

Na série de lives sobre o futuro do Santos, o entrevistado desta quinta-feira foi Rodrigo Galvão, presidente da Terceira Via Santista. Conselheiro suplente do Peixe, Rodrigo destacou a necessidade de um trabalho maior da área de marketing para a criação de produtos licenciados.

“Você precisa pegar todo o dólar que a pessoa tem no bolso. Se ela tem R$ 1 no bolso, ela tem que gastar esse R$ 1 com meu produto. Tem de saber criar produtos, precisa ter produto novo todo dia”, afirmou.

Nesta sexta-feira, a série de lives continua com o conselheiro José Renato Quaresma. Será às 20h30min, em nosso canal no Youtube.

Rodrigo Galvão também falou sobre voto à distância, sócio-torcedor, percentual da receita com a venda de atletas para as categorias de base. Confira os principais pontos da entrevista:

DIREITOS DE TV

A dependência da Rede Globo deixou o Santos em uma posição inferior aos rivais, por isso tem esse degrau financeiro. Precisa se reinventar, procurar a venda lá fora. O Santos abre portas magicamente. Isso tem de ser aproveitado na venda dos jogos internacionais. Precisa vender o jogo para a internet, para outras plataformas. Precisa ter um estudo, uma equipe capaz, para buscar mais dinheiro com TV.

Se o Santos percorrer o mesmo caminho que Corinthians, Palmeiras, Flamengo, esses times são produtos da mídia. O Santos tem de ser protagonista. O futebol acompanha o que o Santos faz. Não é nem criar uma Liga, mas procurar dar o exemplo.

MARKETING

O Santos foi procurado por bancos digitais antes de todos esses clubes, mas dentro do Santos não quiseram porque afirmaram que o clube teria problema da Caixa. Quando tentamos colocar o basquete no NBB, o patrocinador também trabalhava com carteira digital. Negaram porque não estavam acostumado a trabalhar, trabalham da maneira antiga, que o patrocinador master está apenas estampado na camisa. Você precisa ir atrás de marcas sérias e propor projetos que agregam valor para a marca.

Eu tenho pensamento muito parecido com a dos esportes americanos. Você precisa pegar todo o dólar que a pessoa tem no bolso. Se ela tem R$ 1 no bolso, ela tem que gastar esse R$ 1 com meu produto. Tem de saber criar produtos. Tem um mercado gigante de Pets que o Santos nunca pensou em explorar. Tenho que ter uma moeda que custe R$ 2 para o cara comprar e ser a moeda da sorte dele, tem a água do Santos.

SÓCIO TORCEDOR

A gente precisa saber o perfil da torcida do Santos. Falta um trabalho das últimas gestões de aumentar o número de sócios. Se você aumentar o número de sócios você perde o seu poder eleitoral. Se ampliar para 50 mil sócios e você tem dois mil caras com você, o seu poder eleitoral acabou. Você conhecer o perfil financeiro do sócio. O Flamengo criou uma categoria que o cara doava quando podia e ganhava uma carteirinha. Possivelmente com sorteio de brindes.

VOTO À DISTÂNCIA

A secretaria social do clube não tem um controle efetivo do cadastro de sócios. Hoje é temerário abrir para o voto à distância. Tem de fazer todo o trabalho de averiguação. A minha posição é favorável, mas hoje não. Hoje não conseguimos averiguar se os sócios são reais.

ARENA

O Santos perdeu o passo da Arena na época da Copa do Mundo. Tem de ser feita a modernização da Vila Belmiro. Aumentar a capacidade dela e trazer benefício. Se você oferecer um Matchday, com produto, é mais importante que a criação de uma Arena em si. O cara tem de passar o dia na Vila Belmiro. Uma grande arena tem muito custo. Tem custo para pintar, tem custo para lavar, para limpar. Uma grande arena não vai lotar todos os jogos, o Corinthians não está lotando. Temos de pensar na realidade. Você precisa criar um Matchday de verdade. Levar as cheerleaders, criar eventos, o americano faz isso, ele passa o dia para ver o jogo. É mais importante do que ter uma arena de 80 mil pessoas. Vai ver qual o custo do Morumbi. Tem de ser muito racional quando se fala em Arena. A reforma da Vila Belmiro, deixando mais atrativa, aumentando a capacidade para que ela possa receber jogos de semifinal e final.

ESTRUTURA

O Santos tinha que destinar 30% de toda a venda para a estrutura das categorias de base. Nos últimos 20 anos o Santos lucrou mais de R$ 1 bilhão com venda de jogador. Com 30% desse valor você teria R$ 300 milhões, dava para fazer um estádio, não um CT. Nós teríamos o melhor CT de categorias de base do Brasil. É reinvestir o dinheiro que você criou. A categoria de base do Santos foi deixada de escanteio. O Santos está atrás de clubes do interior de São Paulo.

Confira a íntegra da entrevista