Bustos voltou ao Barcelona após deixar o Santos (Crédito: Divulgação)

O técnico Fabián Bustos participou do programa El show del fútbol, do canal GolTV, do Equador, e falou pela primeira vez desde sua saída do Santos, sobre a passagem no futebol brasileiro. Recentemente, o treinador voltou ao Barcelona.

O treinador chegou ao Santos em fevereiro de 2022 para vaga do técnico Fábio Carille. Ao todo, foram 28 jogos, 8 vitórias, 12 empates e 8 derrotas. O argentino deixou o Peixe eliminado na Sul-Americana, próximo de cair na Copa do Brasil e na 10ª colocação do Campeonato Brasileiro.

Ele alegou que a atual diretoria do Santos não cumpriu promessas que haviam sido feitas quando assinou com o clube, em fevereiro, como a contratação do volante Fernando Sobral, do lateral-direito Byron Castillo, hoje no futebol mexicano e do volante Alison.

“Hoje, o melhor treinador do Brasil, que é o Abel Ferreira, fala que a vida de um treinador no Brasil dura três meses. Eu durei quatro meses e meio. A realidade é que algumas coisas não deram certo porque não cumpriram o que prometeram. Falaram que iam trazer o Byron Castillo. O Alison, que estava no Oriente. Tinham prometido o Fernando Sobral, do Ceará, que não conseguiram trazer. Então, trouxeram o Jhojan, que não vinha tendo sequência, o Angulo, que também não tinha sequência. Ficou mais difícil”, disse o treinador.

O treinador argentino ainda rebateu recentes declarações de Ricardo Goulart, hoje no Bahia. O ex-camisa 10 alegou que Fabián Bustos não respeitou sua história. O meia-atacante entrou em campo apenas 30 vezes, marcou quatro gols e deu três assistência.

“O Ricardo Goulart é um ótimo profissional, um grande jogador. Mas deu algumas declarações… foram 30 partidas, em 15 foi titular, 12 ele relacionado e 4 de fora, e falou que eu não respeitei a história dele. O Santos é muita pressão e eles apoiam mais os jogadores da base”, afirma Bustos.

O treinador lamentou a falta de jogadores para montar “duas equipes” e citou a saída do zagueiro Kaiky, para o Almería, da Espanha, como exemplo de dificuldades para competir com outras equipes com elencos maiores.

“Seu eu tiver dois times, é bom. Nós tínhamos um garoto, o Kaiky, que venderam agora. Se eu tiver dois times, posso competir com Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG, Athletico-PR, Bragantino. Mas o Santos não tinha duas equipes”, apontou o treinador.

Bustos foi demitido após a eliminação para o Deportivo Táchira, na Copa Sul-Americana. O Comitê de Gestão do Clube aprovou por unanimidade a saída. Estiveram na reunião on-line o presidente Andres Rueda, o vice José Carlos, Dagoberto Oliva, Renato Hagopian, Thomaz Côrte Real e Vitor Loureiro Sion.

“Foram 100 dias, neste período o clube jogou 30 dias. É muito difícil porque não tinha tempo para treinar. Iam fazer uma viagem de cinco horas, para o Norte, de avião, e calor lá. Depois, no Sul, frio. Era jogar, recuperar e treino tático. Isso dificulta o trabalho”, comenta.

“Foi uma experiência bonita, é uma estrutura gigante, que ninguém aqui tem uma estrutura como no Brasil. Mas, para ter uma ideia, o Santos teve o Cuca que está no Atlético, o Diniz no Fluminense, o Carille no Japão, eu, no Barcelona, e o Lisca, que está no Avaí”, completa Bustos.

O Barcelona do Equador anunciou o retorno do técnico Fabián Bustos no dia 10 de Setembro. Desde então, disputou dois jogos e venceu os dois, contra o Macará, por 5 a 3, e o clássico contra o Emelec, fora de casa, por 3 a 1.