Caio Couto retorna ao comando das Sereias da Vila para segunda passagem (Crédito: Bruno Vaz/Santos FC)

Caio Couto, o novo técnico das Sereias, foi apresentado em entrevista coletiva nesta quarta-feira (25). O treinador chega após o rebaixamento no Campeonato Brasileiro para comandar o Santos nas duas rodadas finais da primeira fase do Paulista e para a Libertadores, em outubro, no Paraguai. Ele chega após a saída do Glaucio e comenta troca de informações e impressão inicial da equipe.

“Já tive a oportunidade de trabalhar com o Glaucio em outros momentos e não poderia esperar algo diferente dele. Já batemos muito papo quando passamos pelo processo, ele abriu para mim o que aconteceu, o que estava sendo feito aqui dentro, características e jogadoras por jogadoras. Cara que continua tendo meu total respeito e carinho. O salvar a temporada, Glaucio me passou as informações e no meu primeiro dia em campo…utilizei o início da semana para juntar as informações do Glaucio, da comissão técnica, do Guilherme. Eles me passaram muitas coisas, fui lá assistir para identificar o que eu entendo que dá para continuar fazendo, até porque o tempo é curto, e o que é interessante de estar agregando valor a equipe”, afirmou.

“Desde quinta passada, trouxemos ideia que a gente entende que encaixa, a cultura do Santos e somada as características das atletas. Não dá pra fazer algo que não vai acontecer na prática. Entendo que o Santos tem jogadoras experientes na frente, qualificadas e chegando outras atletas ao elenco. A gente acha que vamos conseguir fazer essa equipe competitiva. Sabemos que temos pé no chão, amanhã contra o São Paulo que foi finalista do Brasileiro, mas pretendemos um Santos bem competitivo. O foco maior e inicial é Libertadores. A gente está trabalhando, tem o São Paulo, mas estamos construindo um sistema de jogo, que a gente entende que seja a competição algo do time”, completou.

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Caio ainda comentou que o staff permaneceu, mas o clube agregou a chegada do comandante com outros profissionais. Ele elogiou o Departamento de Futebol Feminino e comentou os caminhos para recuperar o psicológico das atletas após a queda alinhado ao modelo de jogo que será proposto.

“O staff é maravilhoso. A comissão técnica foi mantida, mas foi agregado outros profissionais. Hoje tem o analista de desempenho Gustavo, o preparador físico Rafael, temos mulheres extremamente capacitadas…Carol, Bia, as meninas da fisiologia e da preparação física. Preparador de goleiras, Guilherme o auxiliar, cara fantástico. Conhecia mais de vista, mas trocamos ideia e um cara do bem e capacitado. O Santos possui profissionais capacitados”, elogiou.

“Em relação à cabeça das atletas, dá para olhar o copo meio cheio e meio baixo. Prefiro olhar o meio cheio, diversas atletas aqui tem histórias vencedoras. E por que não de novo? Desaprenderam? E o que trouxe para elas, essa camisa é pesadíssimo, mas não entra em campo sozinho. Tão importante quanto a camisa é quem está usando ela, a atleta profissional e o ser humano. O que é capaz de você, já estamos de certa forma mostrando que a vida delas já mostrou que elas são capazes de fazer algo diferente, vencedoras e competitivas. Alinhando essa visão de nos enxergamos grandes. Esse processo alinhado ao modelo de jogo, o que entendemos que taticamente possa ser agregado as atletas”, acrescentou.

PARALELO DE PRIMEIRA PASSAGEM PELO SANTOS COM MOMENTO ATUAL

“Momentos distintos. Em 2015 era um começo, sair do zero, para uma reconstrução de um modelo de jogo que é a do Santos. A gente sempre tem que respeitar a cultura de jogo do clube, que o torcedor gosta, equipe com capacidade técnica, que agride os adversários. Esse é o Santos e o que procuramos fazer naquela oportunidade. Agora a gente encontra situações que caminham paralelamente. Existe um Departamento, mais coisas do que naquela época. Bem estruturado, com processos do dia a dia, porém não aconteceram os resultados que internamente e o torcedor esperaram. Minha missão não é sozinho, com membros da comissão que aqui estão é super capacitados. O staff do Santos no futebol feminino é muito maior do que lá em 2017 quando acaba o trabalho de campeão Brasileiro. Esse trabalho com muitas mãos, com atletas que permaneceram depois do insucesso no Brasileiro, mas com vontade de dar a volta por cima. Elas para si e sabem o que o Santos proporciona para eles e a volta que precisa ser dada ao clube. Com outras que estão chegando com bastante vontade de fazer acontecer. Momento de estarmos juntos, o torcedor, já peço…é difícil, torcedor está machucado com o que aconteceu. Mas que dê a mim, mas a todos o staff, as atletas e ao futebol feminino a confiança. Que a gente vai buscar para ter uma equipe competitiva que dê orgulho ao torcedor toda vez que entra em campo”

“Momentos diferentes. Em 2017 construímos um trabalho com um departamento desativo e um Santos que era pioneiro em assinar carteira de suas atletas. Santos que jogava como referência. A realidade é diferente, mas não temos que chorar o que já aconteceu. Cabe a todos trabalhar firme para que o clube retorne a elite. Não participei dessas contratações, são poucos dias aqui, estudo feito pela comissão técnica e diretoria que entendeu que eram posições carentes. Temos de zagueiras, laterais, centroavantes. Posso falar de maneira geral que a gente confia no trabalho que foi feito anterior pela análise de mercado, qualificadas que querem integrar o modelo de jogo e vão competir muito. O Santos tem que virar a chave, continuar trabalhando firme e além do bom convívio, ter resultado”

O QUE FEZ DESDE NA CARREIRA DESDE A SAÍDA DO SANTOS

“A gente sai em 2017 do Santos em uma mudança de gestão. Desde então, continuei com a família na Baixada e minha esposa tem o negócio dela aqui. Trabalhei até na Bzinha de São Paulo, em 2019 tinha contrato para ir para a China em 2020, mas teve a questão do COVID. Desde então, tivemos dificuldades no mercado de trabalho e foram uns anos que tive de trabalho desse lado na imprensa, entendendo esse mundo. Até que final de 2022, novembro, volto ao futebol. Passo pelo Audax e a Portuguesa, na elite do futebol carioca”

“As diferenças entre o futebol masculino e feminino são as valências físicas, o homem é mais forte que a mulher. Acaba sendo um jogo mais veloz, muitas transições e mais rápido. Como desporto, não vejo diferenças. O Santos possui jogadoras em fases do campo que possuem capacidades técnicas e dá para transformar essa semente para que conseguimos ter uma equipe com esse perfil de Santos”

ANÁLISE SOBRE A SOLE JAIMES

“Falar da Sole é tranquilo. Trabalhei com ela em 2017, ela jogava como extrema e enxerguei ela como jogadora de área. Presença física, velocidade, força de vontade e se entrega. Ali tiramos ela da extrema para uma jogadora de centro de área e a história dela mostra o que ela construiu. Aí temos o momento dela, temos que lembrar que ela foi mãe recentemente e mesmo que não pratiquem esportes…é uma readaptação até voltar a vida normal. Não tô no corpo da Sole, mas acompanhando de longe e sabemos que é natural. Dia após dia para chegar no melhor momento dela. Eu entendo que ela é inteligente, muita Gana e creio que ela possa ser importante no Santos. Trabalho mútuo da minha parte e já falei para ela, para tentar dar mão para ela e trazer a Sole de volta. O desejo dela de estar junto e vamos para cima fazer acontecer. Levo a questão da maternidade”