Chris Lessa participou da live do Diário do Peixe (Crédito: Reprodução)

A ex-técnica das Sereias da Vila, Christiane Lessa, explicou a sua saída do clube em live ao DIÁRIO. A treinadora afirmou ter sofrido agressão verbal do preparador de goleiros, Waltinho, e que ele precisou ser contido para não partir para agressão física sobre ela. Ela também reforçou os pedidos de ajuda ao Amauri Nascimento, coordenador de futebol da equipe.

“No primeiro jogo contra o Internacional, o preparador sentou no banco de reservas. Eu estava nervosa e agitada no banco, cobrei das jogadoras…tudo que as meninas reclamam para ele, ele vinha jogar para mim depois. Tive uma conversa com as meninas e pedi desculpas. Depois disso ficou ótimo o relacionamento, foi juntando…Na semana do jogo contra o Bahia ele queria fazer uma troca de goleira, falei que precisava pensar e que era um jogo que precisávamos ganhar e falei que depois conversava com ele. Ele me esperou depois do treino, falei para a Fabi (auxiliar) que não queria falar com ele pois já tive discussão após o jogo do Palmeiras. Ele falou: “vamos trocar?” e eu falei que não tinha respaldo e que se ele quisesse trocar para falar com o Amauri, que era amigo dele. Quando falei isso para ele, veio para cima de mim, começou a me xingar e pediu para eu me demitir umas cinco vezes já e que ninguém gostava de mim. Íamos viajar no dia seguinte e uma pessoa teve que separar. Não foi no vestiário e a maioria tinha saído, já tinha acabado o treino e foi quando aconteceu. Tinha algumas pessoas da comissão sentadas no banco e alguns atletas do Sub-17 masculino. Depois que acabou comuniquei com o Amauri, mandei o texto e falei que não iria na polícia porque estava com medo. Não sou daqui, não conheço ninguém e ninguém ficaria do meu lado”, afirmou Chris Lessa.

“Eu nunca falei com o Quaresma e não me arrependo. Na minha cabeça ele já tinha muitos problemas com o masculino e sabia dessa responsabilidade. Sempre falei com o Amauri e, infelizmente, a resposta que eu sempre tinha era: “aqui no Brasil é assim”, “tenha paciência”, “conquiste sua comissão dia após dias”. Atrapalhou também o fato dele não ter sido o fato dele ter me contratado, não sou da “galera” dele. Eu sou o que ele sempre me falou: o corpo estranho. Ele é uma pessoa boa que quer o bem de todo mundo e eu não sei qual é o tipo de respaldo que ele tinha ou ele tem, talvez isso tenha atrapalhado e não sabemos o que ele deve passar. Nunca pedi a demissão de alguém e nunca vou pedir.”, concluiu a treinadora.

O Santos afirmou que diante das denúncias apresentadas na imprensa pela ex-técnica das Sereias da Vila o clube abriu procedimento interno de inquérito e sindicância para apurar os fatos relatados. Se constatada alguma irregularidade, o Peixe tomará as medidas cabíveis contra os infratores, mas ressaltaram que a ex-treinadora jamais procurou a direção do clube para tratar do assunto denunciado.

Algumas jogadoras se posicionaram nas redes sociais apoiando o preparador de goleiras. Pela apuração do DIÁRIO, o elenco reclamava da forma de trabalho e do tratamento da técnica como “chefe” e não líder.

Em 2014, o Walter se envolveu em outra discussão com André Alves, técnico do Sub-15 masculino, quando ele era preparador de goleiros da categoria. Ambos levaram uma suspensão disciplinar, a confusão teria sido presenciado por atletas e outros membros da comissão técnica. Além disso, o preparador foi transferido para as categorias Sub-13 e Sub-11.

Ex-jogadora, a técnica foi contratada no início do ano. Ela iniciou oficialmente a carreira como treinadora em 2017 e, desde então, teve passagens por grandes centros mundiais do futebol feminino, como Estados Unidos, China e Noruega, retornando ao Brasil na última temporada.

No Campeonato Brasileiro e já classificadas para a próxima fase, as Sereias ocupam a terceira colocação com 24 pontos. São 7 vitórias, 3 empates e 3 derrotas somando 23 gols marcados e 13 sofridos. A equipe conseguiu ficar invicta nos clássicos estaduais, mas perdeu as duas últimas partidas no comando de Lessa.