Edu Dracena deixou o cargo de executivo de futebol do Santos em 2022 (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

O ex-executivo de futebol do Santos, Edu Dracena, voltou a criticar a forma em que o Comitê de Gestão do Santos atua. Ele esteve no cargo durante julho de 2021 e outubro de 2022, quando deixou o cargo após eliminação para o Deportivo Táchira, da Venezenuela, na Copa Sul-Americana.

De acordo com Dracena, todas as decisões tiveram que passar pelo Comitê de Gestão. Assim, não havia motivos para ter um diretor de futebol, cargo hoje ocupado por Paulo Roberto Falcão.

“Não. Eu não torço para que o Santos caia. Eu vejo assim, tá complicado. O Santos é um time que o que complica é a administração. Ali, tem o presidente e o grupo de gestão para tomar todas as decisões do Clube. Por exemplo, se você quer contratar o Dracena, os sete a maioria precisa dar o aval. Pô, se você tem um diretor que você contrata para aquilo, hoje é o Falcão, pra que você contratar o cara?”, disse ao podcast Podepah.

O ex-zagueiro ainda afirmou que falta liderança no clube e que, caso não fosse contratado em 2021, o clube teria sido rebaixado para segunda divisão do Brasileirão. Ele chegou ao clube no dia 27 de outubro de 2021, antes do jogo contra o Fluminense. O Santos estava na 17ª colocação na classificação, com 29 pontos. O Peixe terminou o campeonato na 10ª colocação, com 50 pontos.

“Quando você não tem um líder, como hoje o Santos não tem, isso acaba dificultando. Você olha para o cara e não passa confiança. A questão psicológica, quando o Santos toma gol… Parece que acabou o Mundo. Quando eu cheguei lá… Vou ser bem sincero, se eu não chego, o Santos cairia. A autoestima dos caras embaixo, eles viram em mim. ‘Pô, o cara saiu do Palmeiras e veio aqui com a gente’” afirmou.

“Por isso, sou bem sincero: se eu não chego, o Santos cairia, porque era uma carga negativa muito forte, todo mundo cabisbaixo… Os caras já tinham entregado os pontos. E eu gosto de desafios! Eu deixei o Palmeiras, faltava um mês para a final da Libertadores, podia ser bicampeão junto com o pessoal, e aí fui para um clube pelo qual tenho respeito, carinho e gratidão muito grandes e coloquei a cara a tapa. Falei: ‘Não vai cair'”, completa.

Ex-jogador do Santos, Dracena chegou ao clube em 2009 vindo do Fernerbahçe, da Turquia, sob desconfiança por conta de problemas físicos. Mas com bom futebol, logo ganhou a titularidade e a tarja de capitão da equipe. O zagueiro ficou no Peixe até o final de 2014 e foi um dos líderes do Santos nesses cinco anos em que atuou na Vila Belmiro. Além da Libertadores, venceu o Paulista três vezes, a Copa do Brasil e a Recopa. Com a camisa alvinegra fez 227 jogos e marcou 17 gols.

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