Ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta acredita que não é momento de pensar na volta do futebol (Crédito: Erasmo Salomão/MS)

A volta ou não do futebol é o principal tema de discussão entre os clubes brasileiros. A paralisação preocupa pelo lado financeiro e pelo calendário, mas volta assusta pela evolução do Coronavírus. Ministro da Saúde no início da crise, Luiz Henrique Mandetta deu entrevista à ESPN, e se posicionou contra o retorno a curto prazo.

“Ao meu ver, temos outras medidas mais importantes a fazer antes de falar de futebol. Acho que a gente estaria atropelando a história natural desse vírus. Não tem elementos para fazer essa decisão no momento. Estamos aumentando o número de casos. Seria decidir pelo retorno e logo na frente ter que suspender. Seria flertar com a possibilidade de uma quarentena mais rígida, de um lockdown, como se chama. Seria a possibilidade de colocar o futebol como um dos corresponsáveis de uma situação crítica para a sociedade. Não faria bem ao futebol. Acho que não tem elementos. Acho que a gente deve esperar um pouco mais e ver como isso vai se dar na Europa, onde já passou o pior da crise. Para que aí a gente possa passar da nossa crise e tomar as nossas decisões”.

Mandetta também falou das diferenças do Brasil para a Alemanha, país que já marcou, para esse mês, a volta do futebol.

“A Alemanha vai fazer um protocolo muito rígido. É um dos poucos países que tinha uma capacidade instalada. É um país que trabalha em seus hospitais com redundância: tudo que ela tem ativo, tem no depósito do hospital em dobro. Então, quando teve necessidade, expandiu a rede muito rapidamente. E tem profissionais muito bem formados”, explicou Mandetta.

O futebol no Brasil está parado desde o meio de março. A Federação Paulista definiu que Paulistão será finalizado dentro de campo, mas somente depois da liberação das autoridades de saúde. O governador de São Paulo, João Dória Jr (PSDB), prorrogou a quarentena no estado devido ao avanço do coronavírus até o dia 31 de maio.