Por Eder Traskini
Talvez seja a atmosfera. Talvez seja a água. Não é possível saber ao certo, mas há algo de diferente nas categorias de base do Santos. Isso não é novidade para ninguém, e já começa a se tornar até um clichê. A tradição se tornou tão forte que mesmo garotos que não são efetivamente revelados pelo clube se transformam em autênticos Meninos da Vila ao desembarcar em Santos. É o caso de Vitor Bueno.
O menino tímido que veio do Interior deslanchou na Vila Belmiro. Destaque do Botafogo de Ribeirão Preto, Vitor Bueno chegou ao Peixe em 2015, aos 20 anos, para atuar no time B. Encantou. Subiu para o elenco profissional e, na primeira oportunidade que teve, mostrou que merecia receber outras, e assim sucessivamente, até que se tornou titular e herdou a imponente camisa sete santista. Agora que já é uma realidade no clube, ele quer alçar voos ainda mais altos.
“Quero estar entre os melhores do Brasil, se possível chegar à Seleção. Acho que tenho condições para isso, e fazendo um bom trabalho as coisas vão acontecer. Ser campeão da Libertadores é o principal objetivo, mas sem deixar de lado as outras competições.”
No ano passado, o sonho da Libertadores da América foi interrompido para Vitor Bueno antes das oitavas de final. O meia havia anotado três gols na competição continental durante a fase de grupos, mas uma seríssima lesão de joelho o tirou dos gramados por sete meses. Uma experiência que ele deseja jamais repetir.
“Foi um momento muito difícil. Tinha tido uma lesão muscular uma vez, e depois nunca mais”, recorda o jogador, que deverá jogar como meia nesta temporada. “Ficar sete meses afastado do que você gosta de fazer é bastante complicado. Treinei muito. Muito mesmo. Acho que nunca mais vou treinar o tanto que eu treinei: dois períodos de domingo a domingo. Procurava relaxar, fazer alguma coisa com a família, com a namorada… Ficava mais em casa, até porque a cirurgia é complicada. O joelho inchava e não dava para ficar andando, então assistia a séries, jogava videogame…”.
O Santos foi eliminado nas quartas de final da Libertadores pelo Barcelona-EQU, mas ao menos Vitor Bueno teve o consolo de ter terminado a competição como o artilheiro santista com os seus três gols. Isso é muito pouco para ele, evidentemente, e o meia espera ter um 2018 brilhante para compensar todo o sofrimento de 2017.
“É um dos anos mais importantes da minha carreira. Depois de uma lesão muita séria, quero ganhar títulos expressivos pelo Santos e atingir marcas pessoais. Acredito que já tenha virado uma realidade, e que esse ano é muito promissor não só para mim, mas para a equipe toda.”
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