Carille não escalou Patrick nos últimos oito jogos (Foto: Raul Baretta / Santos FC)

O gerente de futebol do Santos, Alexandre Gallo, não vê como erro a contratação de Patrick pelo clube, apesar de o ex-jogador de São Paulo, Internacional e Atlético-MG não ter conseguido se firmar no time da Vila Belmiro até agora.

Em entrevista ao programa Esporte por Esporte, o executivo abordou a ausência do meia Patrick nas escalações do time e destacou que a responsabilidade pelas escolhas táticas cabe exclusivamente ao técnico Fábio Carille. Segundo Gallo, a divisão no clube é clara: enquanto ele cuida das questões administrativas, as decisões técnicas são de Carille.

“Dividimos o Santos da seguinte maneira, a questão técnica ela é do Carille e a questão administrativa ela é comigo. Eu respeito muito isso, nós conversamos muito sobre essas questões técnicas e eu sempre vou respeitar a decisão dele. A decisão é dele realmente, porque eu também já fui treinador e falei para ele desde o primeiro dia que ele chegou, que eu vou fazer para ele o que eu gostaria que ele fizessem comigo” revelou.

“Primeiro respeito e as decisões são sempre suas, vá pelo seu feeling e faça o seu trabalho. E é assim que a gente trata de uma maneira extremamente profissional e as escolheções dele. Então, quer dizer, eu entro no aspecto administrativo e deixo o aspecto técnico com a responsabilidade dele”, completou.

Patrick e esquema de Carille não “casaram”

Patrick foi contratado com a expectativa de atuar como segundo volante ou terceiro homem de meio-campo. No entanto, Gallo ressaltou que o esquema preferido de Carille utiliza dois volantes fixos, Pituca e João Schmidt, com Giuliano mais avançado. Segundo o gerente, a adaptação tática de Patrick exigiria uma mudança no sistema.

“Existe sim muitas vezes essa conversa. Não só minha com ele, como do presidente, como de todo mundo, a gente almoça muitas vezes durante praticamente uma vez por semana, a gente sempre tem um encontro e o Fábio é bastante acessível, mas a decisão sempre é dele”, disse.

“O Patrick é um jogador para jogar como um segundo volante, um terceiro homem de meio campo. E na formação do Fábio, tática, ele joga com dois volantes, que é o Pituca e o João Schmidt, com o Giuliano à frente. Ele tem que mudar a maneira de jogar. E volto a falar, nós estamos em primeiro no campeonato, então ele tem que mudar um sistema para talvez aproveitar um jogador desse, ou fazer uma adaptação dentro do jogo, e aí é uma coisa dele”, completou o dirigente.

Gallo foi questionado o motivo de Patrick não atuar, e reconheceu que o jogador tem qualidade e poderia receber mais oportunidades, mas reforçou a confiança no técnico enquanto o time lidera a Série B.

“Se nós não tivéssemos tido o resultado talvez eu concordaria com você, mas eu tenho que concordar com o treinador nesse momento que eu também acho que poderia ter mais espaço, é um bom jogador, só que os resultados mostram que a gente segue lá na frente”, afirmou.

O dirigente enfatizou que o clube tenta sempre acertar, mas às vezes, como no caso de Patrick, há uma dificuldade de adaptação tática.

“A preocupação de todos, a gente tenta acertar o 100%, fazer que tudo aconteça da melhor maneira possível, mas às vezes acontece uma não adaptação tática, de uma não adaptação com os outros atletas, e às vezes o jogador passa por um momento desse que ele está passando. Eu tenho que defender e observar, conversar com ele, com o treinador, mas respeitar as suas decisões”, finalizou.

Desde que chegou ao Santos em abril de 2024, Patrick participou de nove jogos, todos como substituto. Emprestado pelo Atlético-MG até o final do ano, o contrato prevê a compra obrigatória de 80% de seus direitos econômicos em janeiro de 2025, por 1 milhão de dólares, valor a ser pago de forma parcelada.