Ídolos do Santos comparecem ao velório de Pelé na Vila (Crédito: Reprodução)

Os ídolos do Santos estão presentes no velório de Pelé nesta quinta-feira (02) na Vila Belmiro. Manoel Maria, um dos melhores amigos de Edson Arantes do Nascimento, e Serginho Chulapa reforçaram a importância do Rei e todo seu legado mundial.

“Ele não vai morrer dentro de mim. O Pelé é eterno, mas o Edson vai ficar sempre aqui comigo. É uma questão de gratidão. Fico até emocionado e me fogem até as palavras. Eu estou muito abalado com tudo isso. Não tendo dormido direito”, contou Manoel.

“O legado todo mundo sabe. Deixou a arte dele, que foi o mais importante. Tudo o que ele fez foi um absurdo, como pessoa e como jogador”, acrescentou Chulapa.

Assessor da diretoria do Peixe, Clodoaldo tentou explicar o tamanho de Pelé para a geração que não viu o Rei jogar. Companheiro, Lima também contou a imposição do atleta dentro de campo e acredita que “igual a ele não vai ter”.

“Nós que acompanhamos futebol, sabemos que existe um dúvida em relação aos mais jovens que não puderam ver o Pelé jogar. Sempre tem alguém que pergunta: ‘O Pelé era tudo isso mesmo?’ Se você juntar um pedacinho de todos os grandes craques que existem no futebol mundial hoje, talvez eles consigam chegar no nível do Pelé. Só assim para explicar para os mais jovens que tenham alguma dúvida da capacidade técnica e e física dele. É insuperável”, afirmou Clodoaldo.

“O que chamava atenção era o poder de decisão que ele tinha. Ele podia até estar marcado por dois ou três adversários. A gente brincava, se tem dois ou três marcando ele, tem dois ou três sobrando. Alguns pegavam ele, principalmente os uruguaios e argentinos. Mas o mais bacana é que mais tarde, os uruguaios e argentinos, que foram os que mais sofreram com ele, foram se render. Igual a ele não vai ter, eu duvido que apareça. Mesmo você treinando todos os dias, fazendo as mesmas coisas. Ele é ele e acabou”, ressaltou Lima.

Elano, um dos ídolos mais recentes do Santos, revelou que se recusou a jogar com a camisa 10 por respeito e pelo peso da responsabilidade.

“Hoje eu estou com um sentimento confuso. Eu nunca vi o Pelé jogar, mas parece que hoje eu vim para o estádio ver um jogo. Não consigo explicar o sentimento. A gente fala de Pelé mundialmente, e acho que é a única pessoa que consegue se igualar a história de um clube. Podemos revelar milhões e pode ser que apareçam outros mundo afora, mas igual a ele não tem.”, desabafou.

“Vou contar uma história sobre a camisa 10. Quando o Diego (ex-jogador) foi vendido em 2003 para 2004, me deram a camisa 10 para jogar. Eu sentei com o Vanderlei [Luxemburgo] e falei que era uma grande honra, mas quis ficar com a 11. A 10 é muito importante para este clube, quem vestiu ela representou o Pelé. Por respeito, eu fiquei com a 11. Mas ter jogador no time do Rei é muito gratificante, uma coisa que vai ficar para sempre comigo”, revelou.