O presidente José Carlos Peres pode enfrentar um processo de impeachment no Conselho Deliberativo do Santos (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

O ambiente político do Santos explodiu nos últimos dias. Depois de notícias de racha entre o presidente José Carlos Peres e o vice, Orlando Rollo, a tensão nos bastidores do clube aumentou com o pedido de impeachment do presidente protocolado por um grupo de conselheiros do Peixe nesta terça-feira, o primeiro a sair da ameaça. Até um boletim de ocorrência foi feito devido às acusações entre as diversas correntes do clube.

No documento protocolado nesta terça-feira, os conselheiros alegam que o presidente José Carlos Peres feriu o estatuto do clube ao criar uma portaria determinando que todas as contratações só poderão ocorrer por determinação expressa da presidência. Outros pontos abordados no pedido foram a demissão do executivo Gustavo Vieira, o acordo com a Globo para os direitos de TV aberta e a negociação frustrada de Lucas Veríssimo para o Spartak.

O presidente do Conselho Deliberativo, Marcelo Teixeira, que foi o “padrinho” das candidaturas de Modesto Roma Júnior, tem cinco dias para encaminhar o pedido de impeachment à comissão de inquérito e sindicância.

Nos próximos dias, outro pedido deve ser protocolado no Conselho questionando a participação societária de José Carlos Peres em uma agência que tem como objetivo gerenciar a carreira de atletas e intermediar negociações de jogadores, outra ação que iria contra o Estatuto do Peixe. Nesta empresa, ele é sócio de Ricardo Crivelli, o Lica, contratado por Peres para o cargo de gerente das categorias de base. O presidente alega que nunca atuou na empresa e que ela está inativa há anos.

A contratação de Lica, aliás, é usada pela oposição para minar a gestão de José Carlos Peres. Nesta terça-feira, inclusive, circulou em grupos de Whats App de conselheiros do clube a informação de que o profissional havia sido afastado sob diversas acusações, algumas extremamente graves. A diretoria não confirma o afastamento. Segundo pessoas ouvidas pelo DIÁRIO DO PEIXE!, Lica está fora das suas atribuições para ser “preservado” enquanto as acusações não são esclarecidas. O profissional teria feito, inclusive, um Boletim de ocorrência se dizendo vítima de calúnias e difamação. Lica não retornou aos contatos feitos pelo DIÁRIO DO PEIXE!

A diretoria do Santos credita o pedido de impeachment e as acusações contra Lica ao grupo ligado ao ex-presidente Modesto Roma Júnior e ao empresário Luiz Taveira e cita como “motivos” a transferência de muitos jogos e eventos do Peixe para São Paulo e a exclusão do empresário das negociações do clube.

No sábado, aniversário de 106 anos do clube, enquanto as Sereias da Vila goleavam a Portuguesa pela manhã e o Santos vencia o Ceará na abertura do Brasileirão, ambos no Pacaembu, em São Paulo, um grupo de conselheiros e associados realizavam uma festa nos arredores da Vila Belmiro para comemorar a data de fundação do clube também na cidade de Santos.

Empresário de confiança de Modesto Roma Júnior, Luiz Taveira afirmou a conselheiros ter apresentado ao Santos propostas de troca do atacante Copete pelo meia Cazares, do Atlético-MG, além da proposta pelo atacante Rodrigão, que vazou no final de semana, e de ter indicado ao clube os jogadores Matheus e Fessin, ex-ABC, que foram contratados pelo Corinthians.

A diretoria do Santos alega que o presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, negou qualquer interesse em Copete. Segundo o Peixe, o Galo queria o lateral-direito Victor Ferraz, sem envolver qualquer jogador na negociação.