Jair Ventura conversa com Renato em treino no CT Rei Pelé (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Quem manda em um clube? O presidente? O diretor de futebol? O técnico? A resposta seria sim e não para todas essas perguntas. Pode parecer confuso, mas faz sentido. Dizem que o segredo de um líder é saber delegar funções, e Jair Ventura é esse tipo de comandante.

Distribuir tarefas não é para qualquer um. Ter a confiança de que cada um fará a sua parte para que o todo prospere requer boas doses de humildade. É nisso que o novo técnico do Santos acredita. “Eu troco com todos os profissionais. Não sou centralizador, aquele que chega, traz a sua comissão e só a gente conversa e só a gente trabalha”, comentou ele. “Eu já passei em todos os setores do clube, já conversei com todos os profissionais dentro das suas áreas e dou liberdade para todos estarem trabalhando.”

Desde que chegou ao Santos, Jair Ventura faz questão de cumprimentar todos os funcionários. Um por um. Desde o início ele tem dito que não quer ser injusto e que deseja conhecer todos os jogadores do elenco. Isso também se aplica à comissão técnica, que tem entre seus integrantes o auxiliar técnico Serginho Chulapa.

“(Ajuda) Bastante, ele tem anos de casa, conhece bem o grupo, a atmosfera do Santos, conhece cada atalho aqui”, disse o técnico em entrevista coletiva nesta segunda-feira.

Esse desejo de compartilhar o poder tem uma explicação. Jair não chegou aonde chegou somente por ser filho de Jairzinho, o furacão da Copa de 1970. Há dez anos ele se dedica exclusivamente a ser técnico de futebol. E começou nos cargos menores, galgando posições por pura e simples competência.

“Eu fui auxiliar técnico, passei por várias funções: preparador físico, analista de desempenho, observador técnico, treinador do sub-20… Então eu sei a importância do estafe, sei como é importante me sentir parte do processo.”

Assim, Jair dá espaço para que cada integrante da comissão técnica ajude na sua especialidade. Da nutricionista ao auxiliar técnico. Todos trabalhando juntos, sob a batuta do chefe Jair Ventura, que não se esconde e, como todo chefe, vai cobrar de seus novos subordinados. “Lógico que vai haver cobrança, até porque a cabeça do treinador é a primeira a rolar, mas eu gosto de trabalhar com todos.”