O técnico Jesualdo Ferreira escreveu sobre a volta do futebol em coluna do jornal O Jogo (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

Em sua coluna semanal no jornal O Jogo, de Portugal, o técnico do Santos, Jesualdo Ferreira, escreveu sobre a proximidade da volta ao futebol. Os clubes portugueses voltam aos treinos nesta semana e a temporada deve recomeçar em breve.

No Brasil, uma reunião nesta segunda-feira na Federação Paulista de Futebol deve estabelecer uma previsão para a volta do Paulistão. O Santos se reapresentaria nesta segunda, mas a volta foi adiada ainda por tempo indeterminado.

“Chegou a notícia que os portugueses que gostam de futebol ansiavam. O campeonato vai regressar… Uma notícia agradável, só possível porque há condições para o gradual desconfinamento das medidas…Para os profissionais de futebol, vem aí uma situação nova: há que preparar em um mês os jogadores para as dez jornadas que faltam do campeonato. É uma situação destas, e é claro que será complicado para todos encontrar o melhor caminho. Os treinos não serão convencionais, pelo menos em uma primeira fase, e os ritmos que as equipes vão apresentar quando voltarem aos jogos é uma incógnita. Mas para além de todas as questões físicas, técnicas e táticas, o maior inimigo dos profissionais de futebol é o medo. Foi esta a primeira grande herança que a pandemia nos deixou, o medo do contágio, o medo de uma segunda vaga de uma pandemia cuja dimensão ainda não está devidamente avaliada”, escreveu o treinador.

Em sua coluna, o técnico Jesualdo Ferreira também falou sobre a volta do futebol no Brasil e comentou sobre o falecimento de sua irmã em um incêndio no início da semana.

“No Brasil, a expectativa de o futebol recomeçar é cada vez mais difícil de adivinhar. Por uma circunstância dramática e infeliz, perdi nesta semana a minha irmã, Maria Manuela, que foi sempre como uma segunda mãe para mim, uma pessoa muito boa. Quando alguém morre costumamos ser simpáticos com as palavras, mas no caso é a realidade dura e profunda, a minha irmã era uma pessoa como há poucas. De uma grande generosidade e determinação. A partida da minha irmã, a circunstância de nem me despedir dela, tornou ainda mais dura minha estadia no Brasil. Mas é aqui que tenho e quero continuar, porque quando aceitei esse convite foi para estar de corpo e alma no futebol brasileiro. E continuaremos aqui para ajudar a voltar em força com o futebol brasileiro. Queremos dar a nossa contribuição e nossa vontade é firme”, escreveu.