Jesualdo Ferreira afirmou que nunca sofreu com expulsões em quatro jogos seguidos (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

Em sua coluna semanal no jornal O Jogo, de Portugal, o técnico do Santos, Jesualdo Ferreira, não tocou na possibilidade de demissão do clube, elogiou os jogadores e mostrou confiança na sequência do trabalho. A diretoria, no entanto, está dividida e o treinador pode ser demitido nas próximas horas.

“Acontece que quando se analisam resultados não se analisam com profundidade outras questões que podem estar diretamente ligadas ao mau momento de um clube. É público que o Santos vive um momento de grande instabilidade, com vários acontecimentos negativos que mexem com a vida do clube e deixam os seus torcedores desanimados e desiludidos, e compreendo que assim seja, porque também nós estamos desiludidos, porque queremos o melhor para o Santos. Trabalhamos muito durante a paralisação e agora na retomada para estarmos prontos a lutar pelo nossos objetivos; circunstâncias do jogo, em que o futebol é fértil, tiraram-nos essa possibilidade. Mas em qualquer um destes quatro jogos que referi, a equipe revelou ter bom futebol, boas dinâmicas… sempre que esteve com onze. Há realmente momentos que não conseguimos controlar. Não queria tanto falar de azar, mas sorte não temos tido nenhuma. Estamos cá para lutar para dar alegrias a este histórico clube mundial”, afirmou o treinador.

Os quatro jogos citados pelo treinador são os três após a volta das competições (Santo André, Novorizontino e Ponte Preta) e o clássico contra o São Paulo, antes da paralisação. Em todos eles, o Santos teve um jogador expulso. Jesualdo Ferreira escreveu que é uma situação inédita na sua carreira.

“Na minha longa experiência como treinador de futebol nunca vivi uma situação como a que estou vivendo no Santos; nos últimos quatro jogos, a equipe foi obrigada a jogar em inferioridade numérica, por expulsão de jogadores. Em todas as situações o time estava jogando bem, controlando o jogo, merecendo vencer. Aconteceu nesses quatro jogos, os últimos quatro. No primeiro deles, o último antes da paralisação (com o São Paulo), a equipe
perdeu depois de estar em vantagem. Perto do intervalo, a expulsão de um jogador foi fatal, a equipe desequilibrou-se emocionalmente e não conseguiu a vitória. Quase a papel químico com o Ponte Preta e o Novorizontino, a equipe jogando bem e uma expulsão quebra o bom andamento e a acaba por ter influência no resultado final. Destes últimos quatro jogos, o único em que o Santos conseguiu evitar a derrota, em inferioridade numérica, foi com o Santo André. Como se não bastasse a pandemia, e tudo o que ela implicou – a longa paralisação, o pouco tempo de trabalho, a perda do ritmo competitivo que estava muito alto antes -, as expulsões agravaram o quadro e cortaram as nossas ambições, que são sérias, porque tenho um grupo de jogadores digno e dedicado ao clube”, escreveu Jesualdo.