Robinho infernizou a defesa baiana na vitória por 7 a 4 (Crédito: Divulgação)

Por Fernando Ribeiro e Vinícius Cabral, especial para o DIÁRIO DO PEIXE*

Mais parecia um jogo festivo que uma rodada do Brasileirão de 2003. Bahia e Santos protagonizaram uma partida emocionante com 11 gols, viradas e jogadas de efeito.

Com a vitória na Fonte Nova, o Peixe chegou aos 70 pontos e aumentou a esperança de alcançar o líder Cruzeiro, que perdeu na 38ª rodada e parou nos 76 pontos. O alvinegro bem que tentou, mas o time mineiro estava em grande fase e acabou campeão do certame.

Voltando ao jogo de Salvador, os comandados de Emerson Leão começaram a partida dando alguns vacilos defensivos que os donos da casa não desperdiçaram. Didi abriu o placar logo aos 9 minutos. Após um breve apagão em uma das torres de iluminação do estádio, um inspirado Robinho mostrou que aquela seria sua noite.

O Rei das Pedaladas emendou um chutaço do meio da rua para empatar a partida aos 14 minutos. Apenas dois minutos depois, o camisa 7 fez grande jogada pela esquerda e Léo cabeceou como um autêntico centroavante para virar o placar.

O Bahia, que passava por um péssimo momento que culminou com o rebaixamento ao fim do campeonato, empatou com Didi. Porém, Robinho deixou o Santos novamente na dianteira do placar ao escorar cruzamento do lateral Neném. Antes do intervalo Cícero empatou em 3 a 3 a emocionante peleja.

Na volta, o Bahia cresceu e em falta cobrada por Preto Casagrande (que no ano seguinte foi campeão brasileiro pelo Santos) e com falha de Fábio Costa virou o placar: 4 a 3. A vantagem no marcador animou os baianos e sua torcida, mas Diego resolveu aparecer e em dois minutos virou o placar mais uma vez. No quarto gol o camisa 10 fez grande jogada individual e marcou de fora da área. Na sequência o meia aproveitou outra grande jogada de Robinho e fez o quinto gol. Ainda deu tempo para William e Fabiano marcarem seus gols e colocarem números finais no placar.

Um 7 a 4 que refletiu um pouco do que foi o Santos no Brasileirão. Um time que encantava na frente (93 gols, atrás apenas do campeão Cruzeiro que fez 102), mas com graves problemas defensivos (sofreu 60 gols em 46 jogos).

Naquela noite de outubro de 2003 o DNA santista falou muito alto. Tanto que desde então o Peixe não balançou a rede sete vezes na mesma partida em jogos válidos pelo Brasileiro. O vice-campeonato poderia ser encarado como frustração, mas a campanha do Cruzeiro foi superior e incontestável, tanto que os santistas encararam com tranquilidade o segundo lugar.

Após o épico título de 2002 e o vice de 2003, a temporada de 2004 levaria muita esperança aos torcedores do Peixe.

FICHA TÉCNICA

Bahia 4 x 7 Santos

Data: 22/10/2003

Local: Fonte Nova, Salvador (BA)

Público: 17.545 pagantes

Bahia: Émerson; Guto (Paulinho), Accioly, Marcelo Souza e Lino; Neto, Ramos, Preto e Cícero (Danilo); Jean Carlos (Nonato) e Didi. Técnico: Lula Pereira

Santos: Fábio Costa; Neném (Reginaldo Araújo), Alex, André Luis e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano (William) e Diego; Robinho e Fabiano. Técnico: Emerson Leão

*A série Jogos para Sempre será publicada sempre para resgatar um confronto inesquecível entre o Santos e seu próximo adversário.

Confira abaixo os melhores momentos daquele confronto épico.