Santos já repensava na permanência de Kleiton Lima no comando das Sereias (Crédito: Guilherme Greghi/Santos FC)

O técnico Kleiton Lima pediu afastamento do cargo no comando das Sereias da Vila. O Santos, que já repensava a permanência ou não do treinador depois de protestos e repercussão mundial, terá o auxiliar Wesly Otoni no comando do feminino. Kleiton havia retornado ao time após sete meses depois de um caso polêmico e comandou a equipe em apenas um jogo. O treinador teria rececido até ameaças de morte.

“Para preservar sua família, sua integridade e o próprio Santos Futebol Clube, Kleiton Lima solicitou hoje afastamento do cargo de técnico das Sereias da Vila. Por ser tratar de uma decisão pessoal, o Santos Futebol Clube aceitou o pedido e reiterou sua confiança de que o assunto seja definitivamente encerrado. Desde a sua contratação, o treinador vem sofrendo críticas e nos últimos dias até ameaças de morte em razão das acusações feitas no ano passado. Mesmo convicto de que não cometeu nenhum dos atos pelos quais é acusado, Kleiton Lima entendeu que seu pedido de afastamento é a melhor opção para preservar todas as partes. Wesly Otoni assumirá interinamente o cargo de técnico das Sereias da Vila”, publicou o clube em nota.

Kleiton saiu do clube em setembro do ano passado após 19 cartas anônimas de jogadoras relatando assédio moral, sexual e cobrando por melhorias e mais competitividade na modalidade. O técnico foi anunciado de volta ao Peixe no dia 2 de abril e apresentado em coletiva no último dia 9 de abril.

O técnico ao lado de Alexandre Gallo, coordenador de futebol, e Thais Picarte, coordenadora de futebol feminino, afirmaram sobre a responsabilidade do Santos com a verdade e sobre inverdades nos relatos. Picarte ainda reforçou ter conversado com ex-atletas e não ter encontrado nada, mas 10 das 14 jogadoras que saíram ao fim da temporada se posicionaram nas redes sociais e falaram que não foram procuradas pelo clube para saber o que aconteceu.

São elas: as goleiras Camila, Jully e Anna Bia; como as zagueiras Kaká e Tayla; um lateral Gi Fernandes; a volante Brena e as atacantes Cristiane, Tainá Maranhão e Jourdan Ziff. Além da atacante Bianca Gomes, que havia rescido com as Sereias na mesma semana de setembro, também se posicionou nas redes.

Outros relatos anônimos começaram a aparecer em matérias de outros veículos. Enquanto isso, Kleiton foi regularizado no BID da CBF e comandou o Santos na derrota para o Corinthians por 3 a 1, na Vila Belmiro, pela quinta rodada do Brasileirão, na última sexta-feira (12). A atacante Ketlen, que marcou ao Peixe, foi a única a abraçar o treinador na comemoração.

Ketlen foi a única jogadora das Sereias a abraçar Kleiton no gol (Crédido: Fernanda Luz/Staff Images Woman/CBF)

Já as adversárias, taparam a boca como forma de protesto durante o hino nacional antes da partida e também na comemoração do gol sobre a equipe santista. Porém, os protestos se espalharam na rodada do Brasileiro Feminino.

No jogo entre Palmeiras e Avaí/Kindermann, as jogadoras fizeram o mesmo sinal de boca tapada e destaque para a camisa 19 por conta do número de cartas relatando os assédios. No clássico mineiro, entre América-MG e Atlético-MG também. Os protestos seguiram pelas cruzeirenses no jogo contra o Real Brasília. E as são paulinas e botafoguenses também marcaram os protestos.

O caso também teve repercussão mundial com o jornal francês se posicionando. Elas voltam a campo diante o Avaí/Kindermann no sábado (20), às 15 horas, em Caçador.

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