Time do Peixe no começo dos anos 90. Índio é o primeiro atleta em pé, da esquerda para a direita, ao lado de César Sampaio e depois o goleiro Sérgio Guedes. Mesmo tendo atuado em um dos mais difíceis períodos da história do Santos, Índio tornou-se símbolo de vontade e qualidade, sendo até hoje é idolatrado pela torcida (Crédito: Reprodução)

Texto de Fernando Ribeiro para o DIÁRIO DO PEIXE

Alguns jogadores ficam marcados na história de um clube pelo período vitorioso em que atuaram. Outros, ficam eternizados pela dedicação, vontade e qualidade técnica. O lateral-direito Índio é um destes casos, de idolatria pela torcida em que pese não ter conquistado título relevante.

Rubens Barbosa Souza nasceu em 5 de julho de 1967, em Almenara (MG). Começou no futebol jogando pelo dente-de-leite do Palmeiras, onde inclusive ganhou o apelido que o fez famoso mais adiante. Como tinha o cabelo cortado reto, liso e bem preto, parecido com índios, os colegas não perdoaram. Pouco depois passou a jogar pelo Nacional, da Capital. Em 1988, em seu último ano como júnior, conquistou o principal título da categoria: a Copa São Paulo. Foi titular na boa campanha do Nacional, que culminou com vitória por 3 a 0 na final diante do América de Rio Preto.

Figurinha do lateral no anos 90 (Crédito: Reprodução)

Chegou ao Santos sem muito alarde. Assinou contrato em 17 de janeiro de 1990, mas os valores da transferência não foram divulgados. Segundo a Folha de S. Paulo, foi indicado pelos ex-craques Clodoaldo e Dudu (ex-Palmeiras). Estreou pelo Peixe em 28 de janeiro, no primeiro jogo do time pelo Paulistão – empate insosso sem gols diante do São Bento. Foi ganhando confiança e mesmo com a concorrência de Ijuí e Marcelo Veiga, terminou o ano como titular da posição. Foram 40 jogos em sua primeira temporada pelo Peixe.

O estilo de jogo de Índio o tornou importante ofensivamente. Como tinha facilidade para chegar ao fundo e cruzar, participou de muitos gols do Peixe. Porém, ele mesmo marcava poucos gols – foram sete em toda sua trajetória alvinegra. Nos anos seguintes, consolidou-se como titular absoluto da lateral direita. Nos anos de 1993 e 1994, atuou em boa parte das partidas do Santos – foram 53 e 69 jogos, respectivamente. Chegou a ter o nome especulado para uma oportunidade na Seleção Brasileira, mas infelizmente não teve o prazer de vestir a camisa amarelinha.

Foram 237 partidas entre os anos de 1990 a 1994. Deixou o clube em 1995, quando aceitou proposta para jogar no Palmeiras – o clube da Capital pagou cerca de 900 mil dólares pelo seu passe. Depois rodou por grandes clubes como Flamengo, Guarani, Goiás e Atlético Mineiro. No clube mineiro, encerrou a carreira por complicações com bronquite. Tentou até retornar em 2000, pelo Nacional de São Paulo, mas logo desistiu.

Em que pese não ter conquistado nenhum título oficial com a camisa santista, sempre foi reconhecido como um dos grandes jogadores da história do clube. A identificação com o Santos perdura até hoje, sendo ovacionado por torcedores do Peixe onde quer que vá.