Texto de Fernando Ribeiro para o DIÁRIO DO PEIXE
Márcio Antônio Rossini nasceu em Marília (SP), em 20 de setembro de 1960. Amante dos esportes desde muito cedo, chegou a integrar a equipe de natação do Yara Clube, da sua cidade natal. Os primeiros passos no futebol foram diferentes dos que caracterizaram sua carreira profissional. No início, atuava na meia-direita e dizendo-se cansado de apanhar, resolveu jogar na defesa. A mudança de posicionamento abriu-lhe as portas para atuar no Marília Atlético Clube. Foram quase cinco anos no MAC, entre 1975 e 1979, os dois últimos já como profissional. Integrou a Seleção Brasileira de novos e foi titular no torneio Sul-Americano de Juniores e no Pré-Olímpico de 1979. O bom desempenho chamou a atenção dos dirigentes santistas, que não hesitaram em pagar 3,5 milhões de cruzeiros para trazê-lo à Vila Belmiro.
Em 1980, foi reserva durante boa parte do ano, mas participou das duas partidas da final do Paulistão, perdida para o São Paulo. Aos poucos, foi ganhando confiança e logo tornou-se titular. O estilo de marcação duro impunha respeito (e medo) nos atacantes adversários. Com isso, ganhou fama de violento e desleal, pecha que tentou evitar até para não atrapalhar o desenvolvimento de sua carreira. Em novembro de 1981, uma matéria da revista Placar traçou o perfil do zagueiro santista, com o título “Márcio, o malvado”.
“Vocês têm me alertado porque ando me excedendo na violência, e que isso pode prejudicar a minha imagem, a minha carreira. Claro que vocês têm razão”, disse o jovem zagueiro, então com 21 anos. Quando conseguiu maneirar na agressividade, tornou-se um dos melhores da posição no país. Em 1983, foi eleito o melhor zagueiro central do Brasileirão, que terminou com o Santos na segunda posição – Márcio, suspenso por acúmulo de cartões amarelos, não participou do segundo jogo da final.
O sucesso nesta campanha rendeu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira principal. Estreou em amistoso no Maracanã, vitória sobre o Chile (3 a 2). Disputou 13 partidas com a camisa amarela e marcou um gol (em amistoso contra a Suécia, em 1983). Foi titular em toda a campanha na Copa América de 1983, em que o Brasil foi vice-campeão – perdeu a final para o Uruguai.
O título do Campeonato Paulista de 1984 foi o ápice da carreira pelo Santos. O “xerife” foi fundamental na campanha vitoriosa e estava em seu melhor momento. A defesa santista deu show na competição. Sofreu apenas 19 gols em 38 jogos, obviamente a menos vazada do torneio. Não sofreu gol nos cinco primeiros jogos – foram 26 partidas ao longo da campanha sem ser vazada. Márcio formou belíssima dupla com Toninho Carlos, ambos com a retaguarda do recém-chegado Rodolfo Rodríguez.
Transferiu-se ao Bangu (RJ) em 1986, permanecendo no clube carioca até 1989. Jogou, também, curto período no Flamengo, antes de retornar para mais um período em Vila Belmiro, em 1990. Somando-se as duas passagens pelo Santos, foram 277 jogos com a camisa alvinegra e 15 gols marcados. A carreira do zagueiro se encerrou em 1995, no clube onde tudo começou, o Marília Atlético Clube. Aposentado, Márcio arriscou-se como treinador em várias equipes do interior de São Paulo e, também, como gerente de futebol.
Nesse domingo, após o programa Mesa Redonda, que começa às 21h, a TV Gazeta reprisará a final do Campeonato Paulista de 1984 entre Santos e Corinthians. O título foi vencido pelo Peixe com gol histórico de Serginho Chulapa. Saiba mais sobre o reprise do jogo clicando aqui.
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