Marcelo Teixeira foi eleito para o triênio de 2024-2026 (Foto: Raul Baretta / Santos FC)

Em entrevista no programa Letsgoat nesta segunda-feira (9), o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, descartou a necessidade de transformar o clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no momento. Segundo Teixeira, o foco deve estar em reconstruir a credibilidade e fortalecer a gestão, especialmente enquanto o clube disputa a Série B e lida com uma imagem desgastada.

O mandatário firmou que o Santos precisa concentrar seus esforços na administração interna antes de cogitar a implementação da SAF.

“O Santos não precisa de uma SAF no momento. A prioridade deve ser a gestão, já que o clube está na Série B e ainda carrega uma imagem negativa recente. A ideia de SAF, semelhante a comprar ações em baixa, não faz sentido agora. O foco é melhorar a credibilidade e a competência da gestão para recolocar o Santos como potência no futebol brasileiro”, afirmou.

Antes mesmo de assumir a presidência, Marcelo Teixeira expressou o desejo de alterar o Estatuto Social do Santos, eliminando o Comitê de Gestão e estabelecendo diretorias estatutárias, o que daria mais autonomia ao presidente em suas decisões. Apesar de planejar que essas mudanças fossem realizadas ainda no primeiro semestre de 2024, até agora, nenhuma alteração foi concretizada. A ideia era que o clube passasse a ter diretores específicos para áreas como futebol, administrativo, jurídico e financeiro, sendo eles não remunerados, mas com um papel estratégico na condução do clube.

Teixeira também considerou a SAF uma possibilidade futura, mas destacou que esse modelo precisa de uma gestão madura e bem estruturada no futebol brasileiro.

“A SAF é uma alternativa para o futuro, mas precisa ser amadurecida no futebol brasileiro. Existem exemplos positivos e negativos de clubes que adotaram o modelo. O importante, neste momento, é o Santos ter uma gestão sólida e competente antes de considerar esse tipo de mudança”, comentou o presidente.

O novo Estatuto Social do Santos, aprovado em 2022, já prevê a possibilidade da criação de uma SAF, em linha com a Lei Federal 14.193/2021. Contudo, ele também estabelece que o clube precisaria manter pelo menos 51% de suas ações, o que garante maior controle nas decisões em relação a sua possível transformação em uma SAF. Qualquer decisão nesse sentido exigiria aprovação do Conselho Deliberativo.

Por fim, Teixeira ressaltou que, antes de cogitar qualquer mudança estrutural, o clube deve se concentrar em ser autossuficiente e bem organizado.

“Alguns clubes com boas administrações sem SAF estão obtendo sucesso, assim como há SAFs que também se destacam. O Santos precisa primeiro se tornar autossuficiente e bem estruturado. Só então será o momento adequado para o clube e seus associados decidirem o melhor caminho a seguir”, concluiu.