Marcelo Teixeira completou 100 dias de mandato no Santos (Foto: Guilherme Greghi / Santos FC)

Marcelo Teixeira, presidente do Santos, completou 100 dias à frente do clube com mudanças significativas em várias áreas. Em uma entrevista coletiva na última quarta-feira (17), Teixeira falou sobre as categorias de base, destacando a necessidade de corrigir os erros cometidos nos últimos anos, visando evitar a perda de talentos.

“Temos projetos já feitos nesse ano, tanto no departamento de futebol da base, como até a própria arena, para agregar valores a parceiros. Naming rights e outras situações que estamos trabalhando nos CTs como também na Vila Belmiro e na futura arena. Admitimos que o que nós tínhamos nas estruturas de 2000, com salas de musculação, equipamentos, profissionais voltados às divisões de base, o Santos está reconstruindo. Mas isso hoje é uma carência e reflete nas revelações que o Santos possui. Não apenas na estrutura, mas também em muito daquilo que se tinha como prioridade, na questão tecnológica, scouts, seleções de atletas”, afirmou .

Teixeira ressaltou a necessidade de priorizar o talento sobre questões físicas ou de altura, citando exemplos como o de Ganso, que foi subestimado no passado e se tornou um jogador de sucesso após ser mantido e desenvolvido pelo clube. Ele enfatizou a importância de cuidados detalhados para alcançar o sucesso na revelação de talentos.

“Muitas vezes os profissionais de base pensavam em títulos, em imediatismo, esquecendo que o talento é primordial. Às vezes temos talentos que são renegados, como aconteceu com o Ganso na minha própria época. Recebemos pareceres dizendo que era um jogador lento, que dificilmente teria sucesso. Nós seguramos, ele permaneceu, conquistou títulos importantes. São detalhes e cuidados que são primordiais para que você alcance o sucesso de revelações em um clube como o Santos. O Santos deixou de revelar em excelência por talentos, pensando muito em questões físicas, questões de altura. Esqueceu algumas vezes de priorizar jogadores de muito talento como Rodrygo, Gabigol e muitos outros. Temos mais uma vez que dar ênfase ao trabalho nas divisões de base, que é que estamos fazendo para daqui a algum tempo voltar a revelarmos jogadores de potencial em muita quantidade, que é o que Santos fez ao longo de sua história”, completou.

Apesar de contar com diversos jovens da base no elenco profissional, Teixeira reconhece que ainda há muito a ser feito. O técnico Fábio Carille tem dado oportunidades a jogadores como Jair, Souza, JP Chermont e Weslley Patati, mas o presidente ressalta a necessidade de cautela ao lançar esses talentos, evitando pular etapas e prejudicar seu desenvolvimento.

“Temos jogadores das divisões de base que estão treinando, já haviam sido chamados pelo Carille. Jogadores de potencial, nas quais temos que ter um cuidado. Tivemos exemplos de jogadores da base que foram lançados em momentos como estamos hoje, com maiores exigências da torcida. Tenho experiência nisso, não farei nada que pule etapas e queime jogadores de potencial. Não é uma base reveladora como tínhamos nos anos 2000″, finalizou Teixeira.

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