O presidente José Carlos Peres entende a decisão de alguns membros do CG, mas não pretende voltar atrás na profissionalização do Santos (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

O presidente do Santos, José Carlos Peres, ficou surpreso com o anúncio da saída de Andrés Rueda do Comitê de Gestão na tarde desta quinta-feira.  Em um jantar na noite de quarta-feira, alguns integrantes do CG demonstraram preocupação com as ameaças que estão sofrendo, mas prometeram seguir no CG até a escolha dos substitutos. Rueda se antecipou ao divulgar sua saída.

“Nós tínhamos combinado para eles ficarem por um semestre para me ajudar, mas eles (membros do CG) estão assustados com as ameaças. Ninguém me colocou na parede, não houve discussão. Ninguém consegue trabalhar com tantas ameaças. É insustentável. Está todo mundo assustado. Eu pedi para eles esperarem até eu definir o substituto. Fiquei supreso com a saída do Rueda”, afirmou o presidente, em entrevista ao DIÁRIO DO PEIXE.

O principal motivo das ameaças, atualmente, deve-se à reestruturação administrativa que está sendo feita no clube. O Santos contratou uma empresa de consultoria para criar o novo organograma do clube. No seu relatório final, a empresa apontou a necessidade de redução de pessoal. O processo começou nesta semana e os executivos contratados pelo clube (Marcelo Frazão, Ricardo Gomes, Ricardo Feijoo, Rodrigo Gama Monteiro) vão decidir os nomes em suas respectivas áreas.

“Não são ameaças de torcida, são ameaças de pessoas que tem interesse. Agora o clube está equilibrado com a venda do Rodrygo, está sustentável. Isso provoca a cobiça. Às vezes você é obrigado a absorver algumas pessoas que trabalharam na campanha e são capacitadas, mas única saída para todos os clubes brasileiros é a profissionalização. Cada um deles (executivos) vai decidir quem contratar e demitir. Não precisa pedir a mim”, afirmou.

O presidente também confirmou ter feito um Boletim de Ocorrência contra o ex-funcionário Luizinho Hotshow por ameaças a ele e outros dirigentes, mas não pretende voltar atrás nas decisões de mudanças administrativas. E reconhece a necessidade de reforçar o time para que tenha mais tranquilidade na condução do processo.

“Nós precisamos de um time forte para dar sustentação a esse processo. Ninguém quer patrocinar o último colocado. Estamos acertando os últimos detalhes de algumas negociações, mas hoje perdi a manhã inteira para ir no DEIC fazer um BO. Precisamos de ajuda dentro de casa. Parece que temos inimigos. A eleição só vai acontecer em dois anos e meio. Espera um pouco”, afirmou Peres.

O dirigente espera ter mais tranquilidade para trabalhar no segundo semestre e descarta desistir do caminho escolhido.

“Não desisto do Santos jamais. A não ser que eles consigam derrubar”, completou.