Rueda pediu um Santos ‘brigador’ em 2023 (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Por Laura Marcello e Guilherme Lesnok

O pedido de impeachment ao presidente do Santos, Andres Rueda, protocolado por 42 conselheiros, foi arquivado pela Mesa do Conselho Deliberativo. De acordo com a mesa, o requerimento dos conselheiros não se enquadra no Estatuto. Caso fosse encaminhado o processo à CIS, o cartola teria sete dias para apresentar sua defesa.

“O presente requerimento, protocolado no dia 15 de março do corrente, não merece acolhimento por não atender um requisito de procedibilidade estatutário, conforme preceitua o artigo 18, parágrafo primeiro, do estatuto social vigente, ou seja, para impedimento de membros do Comitê de Gestão deverá vir acompanhado com 20% (vinte por cento), pelo menos, do total de membros do conselho deliberativo. No presente caso ele foi subscrito por 42 (quarenta e dois) conselheiros, inferior à norma estatutária vigente. O requerimento ora analisado se baseia no artigo 20, letra d, do regimento interno para propor o pedido de impedimento. Ocorre que o estatuto social do clube, recentemente atualizado após deliberação, votação e aprovação do conselho deliberativo, e referendado pela assembleia geral de associados, está em pleno exercício, e é a lei maior do clube. Em caso de conflito aparente de normas, como se verifica no presente caso, o estatuto social do clube prevalece sobre o regimento interno, sendo que esse último está em fase final de atualização na comissão de estatuto”, justificou a mesa do Conselho.

Foi a segunda tentativa dos conselheiros contra Rueda. Desta vez, o pedido teve como motivadora uma alegação de gestão temerária. Diferentemente de anos anteriores, em que os cartolas do Santos foram acusados de gestão temerária por atos ilegais, Rueda e sua diretoria foram acusados de atos que colocam em perigo a integridade da instituição,

Os argumentos utilizados pelos conselheiros são: ficar de fora da Copa do Brasil em 2024, luta pelo rebaixamento em todos os anos, trocas constantes de técnicos e contratações grande de jogadores que não renderam o esperado.

Veja trechos retirados retirados do documento protocolado:

“Portanto, quando falamos de gestão temerária, temos que ter em mente duas coisas, a primeira é que intrinsicamente os atos praticados pelo agente não são ilícitos, intrinsicamente o que ele faz não é uma conduta ilícita, mas os riscos que seus atos geram, o perigo da integridade que a instituição corre por seus atos exacerbados, é bem além do que é a praxe praticada pelo mercado. Desta forma, o que vimos até agora é um Presidente centralizador que assumiu os riscos ao gerir o clube sem o devido conhecimento e que insistiu em não se cercar de pessoas que poderiam contribuir para que o cenário fosse diferente caracterizando-se a Gestão Temerária”, disse um trecho do documento em que o DIÁRIO DO PEIXE teve acesso e que foi entregue ao Conselho Deliberativo.

“Notem-se que desde que o Presidente assumiu o Santos é eliminado precocemente de todos os campeonatos que disputa e briga para não cair nos que rebaixam. Diante disso, as eliminações precoces acarretam perda de receitas com premiações que somadas ao fato de o clube não ter se classificado para a Copa do Brasil 2024 configura prejuízo considerável ao patrimônio, sobretudo a imagem do clube. O Santos Futebol Clube acumula derrotas e fracassos pelo terceiro ano consecutivo e está entre os clubes que mais investiram em contratações o que corrobora com o fato de que o problema não é a falta de dinheiro e sim, como ele é gasto. Vejam, ao todo trouxeram 31 jogadores, 8 técnicos e seis gestores de futebol, entre executivos e gerentes comprovando que não existe um planejamento estratégico e que as decisões são tomadas sem o mínimo de conhecimento técnico”, explica o documento.

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