Há mais de 18 anos, o futebol brasileiro testemunhou um dos capítulos mais controversos de sua história, quando o Santos sofreu uma goleada por 7 a 1 para o Corinthians, no Pacaembu, durante o Campeonato Brasileiro de 2005.
Ao longo desses anos apareceram teorias suspeitando que o elenco santista havia “entregado” a partida para derrubar o então treinador Nelsinho Baptista. Recentemente, Nelsinho concedeu uma entrevista reveladora ao “Deu Zebra Cast” no YouTube falando sobre os bastidores desse episódio melancólico na história santista.
Na entrevista, Nelsinho primeiramente explicou como Geninho, colega de profissão, o alertou sobre possíveis atritos no elenco do Peixe antes mesmo de sua chega ao Santos. O treinador estava há quatros anos no Japão, mas havia aceitado comandar o Peixe naquele ocasião.
“O Geninho me disse que o filho dele, fisioterapeuta do clube, ouviu que eu chegaria lá para fazer uma limpeza. E eu nem tinha falado com os diretores ainda. Disse a ele para informar o filho dele que ficasse tranquilo. Só que isso correu no grupo. No meu primeiro treino, três nomes foram ao DM”, explicou.
E no 7 a 1?
Sobre o confronto, o treinador iniciou revelando que o time do Santos enfrentou desafios adicionais, como a presença de um goleiro jovem (Saulo) e a ausência de jogadores importantes. Além disso, durante a partida ele teve jogador expulso, mas não esperava chegar no elástico 7 a 1.
“Contra o Corinthians, o goleiro era um garoto, o Saulo. Fui com um zagueiro da base…o nosso time não estava com todos e ainda tive um expulso. Eu não pensei que ia chegar onde chegou (no 7 a 1). Dentro do próprio ambiente eu sentia alguma coisa. Não posso dizer que eles entraram para perder de 7 a 1”, explicou Nelsinho.
No entanto, o treinador admitiu sentir algo incomum no ambiente, indicando que fatores extracampo podem ter contribuído para o resultado vexatório.
“Trabalhei com muita gente, mas havia alguma coisa no CT, extracampo, envolvendo jogadores… eu sei quem são, mas não vou falar. Não acho que me derrubaram, acho que poderiam ter feito coisas melhores. Nomes do DM poderiam ter me ajudado, não foi feito isso. Não tenho nem mágoa e nem decepção. Nenhum daqueles nomes foram para frente, foram para outros times. Para você ver o que era o elenco”, concluiu o treinador.
Árbitro do jogo “denunciou” entregada
As revelações do treinador ressuscitam discussões sobre o controverso jogo de 2005. Em 2021, Evandro Román, árbitro da partida e atual deputado federal, corroborou as alegações de Nelsinho ao mencionar um “conluio” entre os jogadores do Santos para provocar a queda do treinador.
“Em um jogo que tive a oportunidade de ser árbitro, no dia 6 de novembro de 2005, ocorreu um 7 a 1 do Corinthians contra o Santos. Nesse jogo, liderado por um dos jogadores do Santos, houve um conluio, não com todos, para derrubar o treinador, que na época era o Nelsinho Baptista”, acusou.
“Eles iam perder um jogo no interior de São Paulo? Não, eles tinham que perder o jogo para o maior rival, que era o Corinthians naquele momento. E entregaram, perderam de 7 a 1. Então quero dizer que, neste momento, me parece que o senhor Danilo Ribeiro (presidente) do Inep, está sendo o ‘boi de piranha’ como foi também na época o senhor Nelsinho Baptista, para derrubá-lo como treinador”, concluiu Román.
Matéria postada na hora errada, ainda mais em dia de jogo que ninguém liga e estão todos concentrados para o jogo. Deixava pra segunda.
Besteirol típico dessas teorias da conspiração. A dupla de zaga para enfrentar Tevez e Nilmar, ambos em plena forma, era formada por Halison e Rogério, obrigatórios em qualquer lista que se faça dos piores jogadores da história do Santos.
kkkkkk
Teve corpo mole do elenco sim…mas Halisson e Rogério na zaga era implorar pra levar gol.
Se era para fazer a matéria que fizesse algo jornalístico. O Diário deveria ter pesquisado para saber quais foram os jogadores que correram para o DM. Matéria de m….
Reportagem inoportuno , coisa que já aconteceu e não interessa mais!
Se for para crucificar, não pode ser a dupla de zaga. Eram garotos e entraram numa fria. Halisson falhou num dos gols (virou 3 x 1) e entrou chorando copiosamente no vestiário, obrigando o técnico a substituí-lo por absoluta falta de condições emocionais. E Rogério, que era um jogador brioso, foi expulso logo no início do segundo tempo. Essa mesma dupla de zaga, no ano anterior, ganhou a Copa São Paulo com o sub23 e tinha prestígio na Vila. Pena que o 7×1 queimou suas carreiras. Isso acontece. O goleiro Saulo, outro garoto na época, não tomou nenhum frango. Tanto que até hoje é titular nos times em que atua. Mas também ficou queimado, isso é inegável. Há, contudo, diferenças marcantes entre 2005 e 2023. Em 2005 o Santos era candidato ao título, liderou até o fim do primeiro turno mas desmoronou com a saída de Robinho. Depois do 7×1, o time conseguiu a proeza de, jogando em São Paulo, tomar de 4×0 do glorioso Paraná Clube. Em 2023 o Santos, que até o advento de Marcelo Fernandes parecia condenado ao rebaixamento, depois do 7×1 recuperou a moral e tem lutado bravamente para não cair. O elenco atual pode ser inferior ao de 2005. Mas parece ter adquirido, com o atual treinador, um certo espírito de luta que andava em falta: por mais que tenha limitações técnicas, já não vemos o time tão passivo em campo.