Andres Rueda ainda não confirmou candidatura para as eleições deste ano (Crédito: Divulgação)

Na série de Lives sobre O Futuro do Santos, o entrevistado desta terça-feira foi o conselheiro Andres Rueda, que foi segundo colocado nas eleições presidenciais do clube em 2017. Rueda afirmou buscar uma pacificação política no clube e não confirmou ser candidato nas eleições deste ano, mas disse que, caso dispute a eleição, o ex-membro do Comitê de Gestão José Carlos de Oliveiras será o seu vice.

“O Santos precisa de três coisas: competência, honestidade e não mentir”, afirmou.

Nesta quarta-feira, a série de Lives segue com o vice-presidente do Santos, Orlando Rollo. Na quinta, o entrevista será o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e na sexta o convidado será o vice-presidente de comunicação do Orlando City, Diogo Kotscho. Confira os principais pontos da entrevista com Andres Rueda.

DÍVIDAS

“O Santos tem que estancar a hemorragia que existe, não pode gastar menos do que arrecada. Tem que equacionar despesa ordinária com receita ordinária. A receita caixa do Santos foi de R$ 300 milhões e o que foi feito com esse dinheiro? Comprou jogador ruim. O Santos gasta mal. A juros nos acarreta entre R$ 40 e 60 milhões. Não pode ter uma folha de R$ 13 milhões, R$ 14 milhões, se eu tenho um receita ordinária de R$ 180 milhões. A conta não fecha.

Em paralelo, você precisa ter um orçamento de receitas extraordinárias, onde entra venda de jogador, venda dos nossos raios. O Santos conseguiu segurar o maior raio do mundo, que foi o Pelé. Os raios surgiram e nós fomos vendendo. Aproveitamos o Neymar ficou dois, três anos e vendemos. O Rodrygo jogou 20 partidas e foi embora, acabou de cair o raio e foi embora. Agora o Santos está vendendo raio que ainda não caiu, como o Kaio Jorge, que nem é titular, não teve oportunidade. Está errado, não vai levar a lugar algum.

Esse orçamento de receita extraordinária você precisa usar uma parte para pagar dívida e outra parte para investir na sua fábrica. O Santos tem de gerar craques, explorar por dois, três anos, ajudar a ganhar títulos e depois negociar. Para isso precisa ter estrutura, melhorar CT. Quando sobrar dinheiro, você investe para qualificar o time”

MARKETING

O Santos precisa retrabalhar a sua marca. Com gestão profissional, honestidade, competência e não mentir. É um trabalho que não é da noite para o dia, leva tempo, mas só com isso nós vamos conseguir fazer o marketing trazer receita. Hoje o Santos é um produto difícil de vender. Eu quero ver empresas de porte associadas com o Santos, mas hoje é muito difícil.

SÓCIO TORCEDOR

Os 25 mil sócios que o Santos tem são heróis. É quase uma doação que eles fazem para o clube. Melhorou um pouco a relação entre o sócio e o clube, mas não adianta passar para o sócio a questão de milhagem. A maioria das pessoas tem milhagens no cartão de crédito, não adianta competir. O sócio pode ser agradado com ações que ele não pode comprar. Tem de trazer o sócio para conhecer o clube, visitar o CT, encontrar jogador. Para quem está longe você pode levar o clube até ele, fazer visitas, levar produtos.

VOTO À DISTÂNCIA

Falta vontade de fazer. Está no plano de todos os candidatos em todas as eleições. Não tem dificuldade nenhuma de fazer. O orçamento para isso é ridículo, precisa ter vontade. As coisas do Santos são morosas, a máquina é muito travada.

ARENA

Hoje o Santos não tem a mínima condição financeira de pensar nisso. Se surgir um empresário, um mecenas disposto a investir sem exigências que inviabilizem a continuidade da vida do Santos, não vejo problema algum. Isso já era difícil antes dessa pandemia, mas vamos torcer. A gente acabou de vender um jogador que praticamente daria para reformar a Arena do Santos. Quem sabe nosso quinto ou sexto raio não renda um dinheiro para modernizar o Santos. Eu prefiro até um shopping estádio do que a Arena. Com um shopping ativo você tem receita recorrente de aluguel, de faturamento, é uma coisa perene. Precisaria ser feita uma análise técnica.