Na sequência da série de lives sobre o Futuro do Santos, o entrevistado desta quarta-feira em nosso canal no Youtube foi o conselheiro Fernando Silva, que foi consultor da gestão do clube em 2010 e 2011, anos em que o clube conquistou a Copa do Brasil e a Copa Libertadores.
Na entrevista, Fernando Silva destacou a importância de criar um círculo virtuoso no clube, que, segundo ele, só será atingido com uma gestão mais eficiente.
“Você sai de um time que tenha estrela, tenha ídolo, jogue bonito e ganhe títulos. Com isso, você atrai público, atrai consumidor, atrai sócio. Com isso, você atrai patrocinador e gera receita. Com receita, você investe novamente em jogador, em ídolo, e aí vira um círculo virtuoso. O que falta para essa roda girar: falta gestão”, afirmou.
Nesta quinta-feira, às 20h30min, o entrevistado em nosso canal no youtube será Rodrigo Galvão, conselheiro e líder do grupo 3a via santista.
Fernando Silva também falou sobre o impacto no mercado do avanço das casas de apostas e pediu pesquisas para o clube conhecer melhor o torcedor e decidir sobre a viabilidade de uma arena. Confira os principais trechos:
DIREITOS DE TV
O Santos vai ter de deixar de ser refém da Globo. Hoje direitos de TV está dividido em aberta, fechada, pay-per-view, direito internacional e um direito de betting, que é o dinheiro de casas de apostas, que só vão conseguir colocar para dentro quando os clubes se unirem. Ninguém vai querer investir em um time só. Os dirigentes vão chegar à conclusão que precisa de um conjunto de clubes para que esse direito possa valer alguma coisa.
Nós fomos pioneiros em 2010 com a Santos TV. Um dos funcionários só fazia legenda em inglês porque uma parte da demanda vinha do mercado internacional. Vinha porque tinha ídolo, jogava bonito, enchia estádios.
MARKETING
Começa com a credibilidade da gestão. O Santos tem escândalo em cima de escândalo. Quem vai colocar sua marca em um clube que só tem notícia negativa? A entrega do Santos é questionável. Nós somos do tempo do patrocinador máster na camisa que era a maior receita, mas hoje é o conjunto de receitas que o marketing que vai gerar que é importante. Você precisa ter credibilidade, ter interlocução. Quando o mercado entender que o Santos tem credibilidade, empresas sérias vão se aproximar de você.
O Santos precisa de uma interlocução com o mercado. Um time de futebol que tem senador, governador, prefeito, deputado que amam o Santos, não é possível que esse pessoal não coloque para a gestão do clube 10 ou 15 oportunidades de negócio com empresas sérias. Por que isso não acontece? Porque o Santos não tem interlocução. O Santos está perdendo oportunidades.
SÓCIO-TORCEDOR
O Santos precisa conhecer o seu cliente. Tem de saber onde estão os 8 milhões de torcedores, o que eles querem, como eles pensam, para depois fazer um planejamento estratégico. O Santos precisa entender o seu mercado.
ARENA
O Santos precisa fazer um estudo rápido. Tem muita oportunidade de o Santos ter uma Arena na Baixada, no ABC, mas precisa fazer um estudo de viabilidade. Se for fora da cidade, precisa ver o que a cidade vai dar de contrapartida. É uma questão a ser estudada. Precisa sair do achismo e contratar uma empresa para nos ajudar a tomar uma decisão, que não é uma decisão fácil. Perdemos a oportunidade de ter uma Arena ou reformar a Arena para ser uma sub-sede da Copa do Mundo.
ESTRUTURA
O Santos precisa de outro CT, mas eu acho que Centro de Treinamento se faz com renúncia fiscal. Tem dinheiro no mercado para isso. Os principais clubes fizeram com renúncia fiscal, mas passa por ter credibilidade que vão te dar dinheiro para construir CT. Não vejo o Santos tirando dinheiro do bolso para fazer CT.
CLUBE-EMPRESA
Clube-empresa primeiro precisa determinar o modelo. Mas a primeira coisa é equacionar a sua dívida. É bonito falar em SA, mas precisa primeiro saber qual o modelo. Depois precisa equacionar o passivo. Se você vai abrir o capital de uma empresa na bolsa, mas se não tiver o passivo equacionado não vão pagar nada, vai ser um fiasco. Se não tiver a dívida equacionada ninguém vai se interessar.
Confira a íntegra da entrevista
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