Na série de Lives do DIÁRIO sobre o futuro do Santos, o nosso entrevistado desta segunda-feira foi o empresário Nabil Khaznadar, que foi candidato à presidência do clube nas últimas eleições. Defensor do clube-empresa, Nabil destacou a importância de uma negociação coletiva nas negociações por direitos de TV e de o Peixe ser protagonista nas conversas para uma Liga de Clubes.
“Eu espero que o Santos daqui a dez anos seja o mesmo que eu encontrei quando comecei a gostar desse time. Sendo internacionalmente reconhecido, sendo uma marca muito forte e muito respeitado no Brasil”, afirmou.
A série de Lives continua nesta terça-feira com o conselheiro Rodrigo Marino, às 20h30min. Será em nosso canal no Youtube.
Confira os principais pontos da entrevista com Nabil Khaznadar
Direitos de TV
“O Santos tem de ser protagonista. Tem uma marca muito forte, a maior do Brasil. É interessante esse movimento de vendas de direitos para o mercado internacional, mas isso tem de partir dos clubes, não da CBF. O Santos tem de liderar esse movimento junto com os clubes. O caminho é a Liga. Como é a Premierleague, na Inglaterra. Quem precisa comandar o futebol são os clubes, a CBF tem de cuidar da Seleção Brasileira”
Estrutura física
O Santos está muito atrás em termos de estrutura. Precisamos colocar os Meninos no CT dos profissionais e encontrar outro lugar para o CT dos profissionais, que seja em Cubatão ou no Guarujá. Os profissionais tem carros de última geração, levam 40 minutos para chegar em Cubatão, não precisam essa facilidade de estar do lado de casa. Os CTs dos principais clubes da Europa são afastados da cidade. Precisamos mudar urgentemente isso.
Marketing
A marca do Santos é muito forte. Já conversei com amigos conhecidos da Adidas e eles necessitam de um clube no Brasil branco. Eles tem em todos os países um clube com uniforme branco porque a marca deles é preto e branca. Nós já passamos isso para o presidente. Quando fala em fornecedor de marca esportivo, tem de pensar em Adidas, Puma e Nike. São as grandes marcas do mundo. A gente não vê material para criança em nenhuma loja, nem vê material para adulto.
Nós trouxemos a Huawei para patrocinar o Santos, mas o presidente Modesto Roma Jr queria cobrar mais para colocar no uniforme do feminino, os chineses não gostaram da mudança de postura e desistiram, nunca mais patrocinaram times no Brasil. Teve também um contato da BS2 com o Santos antes do Flamengo, mas a coisa não andou, não deram sequência.
Sócio-torcedor
O Santos precisa fazer uma pesquisa com nosso sócio, com nossos torcedores. Tem um custo, mas é um custo que nos traria muitos resultados futuros. O nosso torcedor é muito mal-tratado, o clube está muito longe do torcedor. Torcida grande nós temos, na minha época de Torcida Jovem nós dividíamos os estádios com os rivais. Temos 8 milhões de torcedores, onde estão esses torcedores?
Estádio
A grande torcida do Santos está em São Paulo, sempre fui a favor de fazer jogos no interior, como em Campinas, São José dos Campos, São José do Rio Preto. Levar o time do Santos mais próximo da sua torcida. O Santos tem de se apresentar em São Paulo na mesma quantidade de que se apresenta em Santos. Essa divisão entre Santos e São Paulo não é benéfica.
Clube-empresa
Sou um dos caras que sempre bateu nessa tecla de que o Santos precisaria ser vendido, não na totalidade, mas 49%. Todos os clubes que foram vendidos e se tornaram empresas viraram grandes potências. O clube tem de ser gerido como empresa.
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