Na série de entrevistas sobre o Futuro do Santos, o convidado desta quarta-feira foi o conselheiro Vitor Sion. Durante a Live, ele destacou a necessidade de o clube entender melhor o seu torcedor e estabelecer uma conexão maior com a sua base de fãs.
“O Santos precisa de uma ligação mais próxima entre os sócios, torcedores e o clube. Sinto que existe uma distância. O Santos tem 8, 7 milhões de torcedores, não tem 25 mil sócios e a média de público é muito baixa”, afirmou conselheiro.
Nesta quinta-feira, a série de Lives continua com o conselheiro Esmeraldo Tarquínio. Será às 20h3omin, em nosso canal no Youtube. Confira os principais pontos da entrevista com Vitor Sion.
MARKETING
Um outro problema é que o gestor do Santos não estuda o mercado. O Santos precisa de pés-no-chão, ver o que o Bahia fez que deu certo, o que o Flamengo fez que deu certo, o que o Athletico-PR fez certo e trazer isso para a gente. Será que o gestor do Santos sabe quanto os outros clubes ganha. Se um clube que ganhava R$ 30 milhões e está ganhado R$ 15 milhões, o Santos também vai ter uma diminuição. Falta uma noção de realidade.
Não ter um patrocínio máster mostra que esse setor do clube é um lixo? Acho que não. É legal ter um patrocinador máster? É, mas tem outras coisas boas no clube. Santos tem uma base digital boa, tem um maior número de patrocinadores.
Falta um projeto. O Santos não sabe o que o Santos quer. Se o objetivo é internacionalizar, vamos criar um projeto para isso. Podemos dialogar com as empresas nesse sentido.
SÓCIO-TORCEDOR
O que falta para o clube é uma pesquisa ampla sobre o torcedor, contratar uma grande empresa, para saber porque o torcedor não é sócio. Precisa ter dados, embasamento, não pode ser no achismo. Acho que poderia ser implementado um fórum com os torcedores. No Everton, da Inglaterra, doze pessoas se reuniam diretamente com o presidente. O Santos não faz isso. Participei de algumas reuniões promovidas pelo Marcelo Frazão (executivo de marketing), que ouve as pessoas, tenta ouvir o torcedor, mas com toda a dificuldade de não ser um coisa institucionalizada. Não depender da vontade de uma pessoa, ser um compromisso do clube. É uma ideia básica, barata, custa zero reais.
Em relação ao sócio, o clube precisa também de um plano para o sócio que mora longe. Acho que isso é fundamental.
Para fazer uma eleição no final do ano, nós precisamos de uma auditoria na base de dados. A comissão do Conselho disse que deveria fazer, a mesa do Conselho disse que tem de fazer, o Peres disse que tem de fazer. Eu quero que tenha voto à distância, mas no cenário atual até a eleição presencial está ameaçada.
ARENA
Quem acompanha as contas do clube está vendo que estamos vendendo o almoço para comprar o jantar. Pensar em investir em um estádio tá fora de cogitação nesse momento. Só para dar um exemplo. Na gestão do presidente Modesto teve um projeto de construção de um estádio em Santos. Eu estava em Liverpool, peguei os números e fiz um estudo técnico se o projeto fazia sentido. Os números apontavam que o Santos teria por 20 anos menos receita do que já tinha naquele momento. O Santos já estava atrás do São Paulo, do Palmeiras, do Corinthians e ainda ficaria com menos receitas do que já tinha. Não era viável.
O Santos tem de aproveitar oportunidades. Em termos financeiros, os R$ 180 milhões da venda do Rodrygo seriam suficientes para uma grande reforma na Vila, deixar a Vila maravilhosa.
A ideia de levar o Santos para São Paulo tem de ser vista com muito cuidado. Tem de perguntar ao sócio se ele quer melhorar a Vila Belmiro ou um estádio em São Paulo. Teria de ver qual o projeto. Acho muito difícil fazer uma mudança de sede.
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