Presidente José Carlos Peres se baseia na presença da CIS e no Estatuto para entrar na justiça (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

O presidente José Carlos Peres deve entrar na justiça nos próximos dias contra a votação do impeachment que ocorreu na noite da última segunda-feira no Conselho Deliberativo do Santos. Os dois pedidos de impedimento foram aprovados por uma margem mínima e o total de conselheiros presentes foi tema de polêmica.

Dos 301 conselheiros, 248 registraram presença na lista da votação. Segundo o Estatuto Social do Santos, para que o pedido seja aprovado no Conselho, os votos a favor tem de somar ao menos dois terços do plenário presente, e não do votante. No entanto, na primeira votação tivemos apenas 242 votos e na segunda apenas 239.

Parte da explicação gerou grande polêmica: quatro dos presentes no plenário não tinham direito a voto pois pertenciam a Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS) que elaborou o parecer favorável ao impeachment de Peres. Acontece que os quatro são conselheiros e estavam presentes, o que dá margem para utilizar o estatuto e computar os quatro no universo dos conselheiros presentes, o que aumentaria os dois terços do plenário e faria toda a diferença na votação.

Quando a discussão tomou conta do Conselho Deliberativo, o presidente da casa, Marcelo Teixeira, convocou a comissão de estatuto para avaliar a questão. A comissão confirmou à mesa do Conselho que a CIS não tinha direito a voto e ficou decidido que seus membros não estariam computados nos presentes, diminuindo o total para 244.

Acontece que como as votações foram apertadas, essa decisão mudou o destino de ambas. Com 244 presentes, eram necessários 163 votos para que o pedido fosse aprovado. Se fosse levado em conta o universo de 248 conselheiros, aí seriam necessários 166 votos. As duas votação ficaram entre os dois números: 165 votos a favor na primeira e 164 na segunda.

Com a decisão do Conselho Deliberativo em aprovar os dois pedidos, não cabe mais nenhum recurso dentro do Estatuto do Santos, por isso, o presidente Peres pretende entrar com ação na justiça. O próximo passo do processo de impeachment é a convocação de um assembleia geral de sócios, ainda sem data oficial mas estudada para o dia 29 deste mês, para decidir definitivamente pelo impedimento ou não de Peres por maioria simples. Caso o atual mandatário sofra o impeachment, o vice Orlando Rollo é quem assume.