José Carlos Peres elogiou Jesualdo e voltou a criticar Sampaoli (Crédito: Divulgação/Santos FC)

A paralisação de competições nacionais e estaduais pode acarretar em mudanças no futebol brasileiro. Uma dessas mudanças é a mais defendida pelo presidente José Carlos Peres, do Santos. Para o cartola alvinegro, esta seria uma boa oportunidade para que o calendário de campeonatos siga o modelo Europeu, que vai de agosto a junho.

Em entrevista ao site Calciomercato, da Itália, Peres disse que espera há anos por essa mudança, e afirmou que a alteração no calendário seria a melhor forma para enfrentar o período de quarentena.

“Teremos a oportunidade de finalmente seguir o calendário europeu, iniciando o campeonato em agosto. Eu o reivindico há muitos anos e agora será a melhor solução para enfrentar esse período de interrupção forçada”, disse Peres.

Sobre a pandemia de Covid-19, José Carlos Peres explicou que não esperava que a doença chegasse com tanta força no Brasil. Por isso, quando chegou ao evento da Federação Paulista no início da semana, ainda estava inclinado a pedir que a bola continuasse rolando no Paulistão. Porém, o aumento no número de casos no país dez com que ele percebesse a importância da paralisação.

“Sou sincero. Na segunda-feira passada ainda tinha a esperança de que essa pandemia pudesse chegar com menos severidade aqui no Brasil. Eu pensei que os jogadores, que são jovens e todos muito controlados clinicamente, não corriam riscos. Então eles me apresentaram números e evidências que me fizeram mudar de ideia. Certamente não quero expor nenhum dos meus filhos ao contágio, mas pensei como um homem de família: preciso garantir a renda para manter o barraco funcionando. Esta é a única razão pela qual tentei manter o campeonato em andamento. Mas agora vejo que a decisão de detê-lo estava certa”, explicou.

Cortes nos salários

Além disso, Peres ainda falou sobre a questão financeira nesse período de paralisação. Segundo o presidente, os jogadores terão um corte de 50% em seus salários, e já foram avisados sobre isso.

“Já pedimos ao governo que adie as contribuições para a segurança social no próximo ano, esperamos que ele nos encontre. No entanto, faço minha parte: juntei meus jogadores e dirigentes antes da paralisação e fui claro: haverá cortes nos salários de até 50%. Todos devem cooperar nesta fase. E, no entanto, nosso orçamento para 2020 certamente fechará em vermelho. E pensar que, com a transferência de Rodrygo para o Real Madrid, colocamos algumas coisas em ordem…”, completou.

O Santos segue com suas atividades paralisadas dentro de campo. O clube suspendeu os treinos por 20 dias e distribuiu cartilhas de treinamentos e higiene aos atletas.