Um dos maiores ídolos da história recente do Santos, o ex-lateral-esquerdo Léo foi um dos nomes fundamentais na conquista do título brasileiro de 2002. Nascido em Campos dos Goytacazes (RJ) em 7 de julho de 1975, Léo iniciou sua carreira no Americano. Chegou ao Santos em 2000, depois de passagens apagadas por União São João e Palmeiras. Na Vila, o jogador se destacou e se tornou um dos líderes da equipe que iria acabar com o longo jejum de títulos importantes do Peixe.
“Nem eu nem ninguém imaginávamos a importância que aquele título teria”, diz Léo, sobrinho de Tite, ponta-esquerda do Santos nas décadas de 50 e 60, já falecido.
Ele lembra que o time começou o campeonato bastante desacreditado e isso serviu como combustível para motivar os jogadores.
“Ninguém acreditava naquele time, só nós, jogadores. Então decidimos fazer as pessoas mudarem de opinião, ganhando e jogando bom futebol”, explica Léo.
Segundo o ex-jogador, o segredo do Santos de 2002 foi ter se tornado “uma família, em que todos se davam bem, frequentavam a casa um do outro, estávamos sempre juntos”.
Ele lembra que, com 27 anos à época, era um dos mais experientes do grupo, ao lado de Robert, Alberto e Fábio Costa. A convivência com a molecada, em especial os endiabrados Robinho e Diego, era tranquila.
“Decidimos relaxar, entrar na brincadeira deles. Aliás, os dois não paravam quietos, sempre aprontando uma brincadeira com um ou outro. E tudo correu bem.”
Sobre a campanha do Santos na competição, ele diz que a queda de rendimento no final da primeira fase era esperada, já que o time era recém-formado. Léo conta que, a partir da classificação em oitavo lugar, os jogadores se uniram ainda mais e “atropelamos todo mundo”.
O São Paulo, time de melhor campanha na primeira fase, foi superado duas vezes. Contra o Grêmio, a vitória de 3 a 0 na Vila praticamente garantiu um lugar na final do campeonato. O ex-lateral revela que o momento de maior tensão ocorreu na segunda partida da finalíssima, quando o Corinthians virou o placar para 2 a 1.
“Quando marcaram o segundo, o Paulo Almeida virou para mim e gritou: ‘Léo, nós não vamos perder!’. Eu respondi que não iríamos perder. Gritei para o Robinho e disse a mesma coisa. Ele gritou para o Elano e todos falamos a mesma coisa: não íamos perder aquele título”, conta o ex-jogador.
Léo diz que nunca viu uma comemoração da torcida como aquela, ao final da partida com o placar de 3 a 2 para o Santos, com o último gol dele, de perna direita.
“Olhávamos para a torcida e víamos muita gente chorando, comemorando, enxugando as lágrimas na bandeira, na camisa. Aí caiu a ficha do que havíamos acabado de conquistar.”
E ele faz uma última revelação:
“Na sala da minha casa tenho quatro camisas, uma delas é a de 2002. Nem a da Libertadores de 2011 eu tenho.”
Leonardo Lourenço Bastos, o Léo, é o maior vencedor de títulos no Santos depois da “era Pelé” e atuou 455 vezes com a camisa da equipe. Em suas duas passagens pela Vila, Léo conquistou os Campeonatos Brasileiro de 2002 e 2004, a Copa do Brasil de 2010, a Copa Libertadores de 2011 e os títulos paulistas de 2010, 2011 e 2012. O jogador, que encerrou a carreira em abril de 2014, aos 38 anos, tornou-se conselheiro do Peixe para o próximo triênio e sonha em ser presidente do clube no futuro.
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