Rodrygo pode ter feito seu último jogo de Libertadores pelo Peixe; o atacante só volta a atuar pelo clube na competição se o Santos subir na tabela do Brasileirão e ficar na zona de classificação para a próxima temporada, pois em junho de 2019 ele se apresentará ao Real Madrid (Crédito: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)

O Santos precisava ganhar o jogo por três gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis, mas a partida na noite de terça no Pacaembu, contra o Independiente, não acabou nos 90 minutos. A derrota no tribunal da Conmebol, que decretou a derrota santista no primeiro confronto por 3 a 0, na Argentina, mexeu com a torcida alvinegra, que perdeu a cabeça no final do jogo disputado em casa e, além de atirar artefatos explosivos no campo, também tentava invadir o gramado.

Faltavam ainda pelo menos mais de 10 minutos com os acréscimos, mas com receio de uma possível tragédia, o árbitro decidiu encerrar o duelo, que acabou em 0 a 0. Era o fim do sonho do Peixe na Copa Libertadores. Mas a atitude dos torcedores não foi contestada pelos jogadores do Peixe, pelo contrário.

“Eu sendo torcedor do Santos, se eu estivesse na arquibancada acho que eu ia fazer a mesma coisa. Acontecer uma coisa como essa, uma vergonha dessa (derrota de 3 a 0 fora do gramado). Temos que entender a emoção do torcedor, o sentimento dele”, disse Rodrygo, que chegou a xingar a Conmebol em um vídeo feito por torcedores quando ainda estava em campo – material que circulou as redes sociais na noite da terça-feira.

O atacante, de 17 anos, foi quem teve o discurso mais forte entre todos os atletas do Peixe que deram entrevistas no final do jogo, não escondendo sua mágoa com a eliminação. Rodrygo disse que esperava fazer história com a camisa do clube.

“Entramos com a expectativa de fazer história, conseguir essa virada, mas no fundo sabíamos que seria muito difícil. Vamos agora tentar brigar pela Libertadores, fazer o que for possível. Tentar ganhar todos os jogos”, falou o atacante.

O zagueiro Gustavo Henrique, assim como Rodrygo, disse compreender os protestos dos torcedores. O jogador, com a cabeça um pouco mais tranquila, apenas questionou a violência. A torcida chegou a entrar em confronto com a polícia, além de atirar bombas no gramado.

“Entendemos a revolta da torcida, mas não aceitamos a violência, pedimos paz nos estádios. Estamos muito frustrados com o que aconteceu (eliminação)”, finalizou o defensor.