Projeto da Nova Arena sofreu alteração e perdeu parte da cobertura (Crédito: Divulgação)

Nas últimas semanas, praticamente no final da sua gestão, o presidente do Santos, Andres Rueda, assinou um memorando de entendimentos (MOU) com a WTorre para a construção da nova Arena do clube no local onde está atualmente a Vila Belmiro. Foram quase três anos de conversas com a empresa para chegar a um entendimento sobre o modelo do negócio.

Na última quinta-feira, Andres Rueda admitiu um atraso nas negociações. No final da gestão de José Carlos Peres, o clube também havia assinado um MOU com a WTorre, mas a expectativa para início das obras e vendas de cadeiras e camarotes não se confirmou.

“Houve um conflito de entendimento. O meu entendimento bate com o do Belluzzo (Luiz Gonzaga Belluzzo, ex-presidente do Palmeiras). Eu tenho o terreno, em cima dele tenho uma casa velha. O que eu faço? Entro com o terreno, me constrói uma mansão e depois de um tempo ela passa a ser minha. O objetivo não é ganhar dinheiro. Não imagino o Santos ficar rico com a Arena até pelo ticket médio que a gente precisa colocar”, afirmou Rueda.

De acordo com o dirigente, o entendimento dele não foi o mesmo de pares no Comitê de Gestão, Conselho Deliberativo e outras pessoas que foram envolvidas nas negociações. Muitos queriam negociar pontos específicos, como a receita de naming rights, números de jogos como mandante em São Paulo. Outros queriam que o clube construísse a Arena com recursos próprios. A discussão gerou o atraso na assinatura do contrato, que coincidiu com o aumento dos preços dos materiais de construção civil.

“Aí chamei a responsa e falei: qual o problema se a gente vai ganhar 20 ou 20,75 para quem não tem nada. Eu de cara, com esse modelo, zero o custo de manutenção da Vila. Eu não vou ter mais esse custo”, afirmou Rueda.

O projeto final tem um custo menor do que o inicial. Não existe mais cobertura de todo o estádio, tem um piso a menos de garagem, entre outras coisas. O custo da manutenção será todo da WTorre. O Santos vai ter um repasse de todas as receitas geradas pela Arena, que começa em 2,5% e pode chegar até a 20%.

“Quanto mais a gente captar com cadeira, maior será o nosso índice de receita. Aí tem uma tabela por ano que quanto mais eles colocam, menos a gente recebe”, explicou Rueda.

A venda de cadeiras será iniciada em breve e os valores serão decididos pela WTorre. A construtora terá direito a R$ 15 de todo ingresso vendido pelo Santos. No Allianz Parque, a construtora não tem direito a percentual sobre os ingressos, mas tem a prerrogativa de vender 10 mil cadeiras. O ticket médio projetado para a Nova Arena é de R$ 55, mas o valor é atribuição do clube e a WTorre não tem interferência. A média de público projetada é de 22 mil pessoas (atualmente a média do Santos é de cerca de 11 mil).

No momento, a WTorre trabalha com a aprovação do projeto na Prefeitura. A empresa terá de oferecer contrapartidas para a cidade para a liberação da obra. Em paralelo, prepara o plano de comunicação para a venda de cadeiras e camarotes. A construtora precisa captar ao menos R$ 100 milhões para garantir o início das obras. O prazo para a conclusão varia entre 24 e 36 meses após o início das obras.

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