Eduardo Bauermann está sendo investigado pelo Ministério Público (Crédito: Raul Baretta/SantosFC)

Após a vitória do Santos contra o Bahia por 3 a 0, na Vila Belmiro, o técnico Odair Hellmann e o presidente Andres Rueda afirmaram que o Peixe precisava “olhar para frente” em relação ao zagueiro Eduardo Bauermann, investigado na Operação Penalidade Máxima II em uma possível participação em um esquema de manipulação de resultados.

A intenção do Alvinegro Praiano é buscar uma rescisão com o jogador e encerrar o clima de “terra arrasada” que se instalou no clube nos últimos dias. Para isso, porém, o Santos só deve tomar uma decisão final após um o departamento jurídico aprovar. Ainda há um receio em tomar uma atitude definitiva.

Eduardo Bauermann é réu (chamado em juízo para responder por ação cível ou por crime.) no caso, mas ainda não foi condenado. De acordo com o MPGO, o defensor teria aceitado ao menos R$ 50 mil para sofrer cartões amarelo e vermelho nos jogos contra Avaí e Botafogo, respectivamente, no ano passado.

Inicialmente, o defensor negou qualquer tipo de envolvimento e seguiu atuando normalmente. Após o jogo contra o Audax Italiano, o zagueiro repetiu o discurso. Em nota divulgada no dia 19 de abril, o Santos defendeu o jogador e chegou a dizer que “confiava plenamente em seus atletas”, decidindo manter Bauermann normalmente em jogos e treinos. Nesta semana, porém, com vazamento de conversas, a situação mudou de figura.

“Um caso que acontece, infelizmente, no futebol brasileiro. Não é o caso do Bauermann apenas, é geral. Fizemos o que tínhamos que fazer. Num primeiro momento era só um comentário, então mantivemos ele. Quando a coisa ficou mais feia, não suspendemos, mas preservamos de maneira temporária e vamos ver o que vai acontecer. É muita preocupação para manter o time motivado e não de cabeça baixa”, disse o presidente Andres Rueda.

Com dois casos em menos de um ano, o Peixe encaminhou uma “circular interna” falando sobre apostas, manipulação de resultado e a investigação atual. Em junho de 2022, o Santos também foi manchetes de jornais após acusar o preparador de goleiras das Sereias da Vila, Fabricio de Paula, de manipulação de resultados. Ele foi demitido e condenado pelo STJD.

Segundo Rueda, atletas e funcionários do Santos não podem ter contas registradas em sites de casa de apostas devido a uma regulamentação da Fifa.

Advogado vê caminho aberto para justa causa de Bauermann no Santos

Em contato ao DIÁRIO DO PEIXE, Gustavo Rodrigues Véras, advogado e membro da Comissão de Direito Desportivo da OAB Butantã, explicou a situação e alegou que o caso pode passível de justa causa.

“É justificável, a meu ver, a demissão do zagueiro por justa causa. A CLT aponta como justa causa a incontinência de conduta, o que no caso de um atleta de futebol, é possível enquadrar ao envolvimento neste nível em um caso de manipulação de resultados. Além disso o artigo 35 da ‘Lei Pelé’ aponta como dever do atleta profissional ‘exercitar a atividade desportiva profissional de acordo com as regras da respectiva modalidade desportiva e as normas que regem a disciplina e a ética desportivas’”, disse Gustavo Rodrigues.

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