
Marcelo Teixeira, presidente do Santos, não assinou candidatura (Crédito: Rafael Ribeiro/CBF)
Por Laura Marcello e Lucas Barros
Sem apoio do Santos, Ednaldo Rodrigues foi reeleito na presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), até 2030, nesta segunda-feira (24). O primeiro dirigente negro e nordestino da história da entidade venceu por unanimidade. O Peixe foi um dos sete clubes que não assinaram a candidatura do profissional ao lado de Red Bull Bragantino, Corinthians, Fortaleza, Flamengo, Fluminense e Mirassol.
No entanto, Ednaldo recebeu voto das 27 federações e dos 20 times da Série A. A candidatura teve assinaturas de 27 federações estaduais e por 13 clubes da Série A e 13 da Série B. O cartola precisava do apoio de pelo menos quatro das 27 federações, e de quatro clubes das Séries A e B do Brasileiro para lançar a candidatura.
Pelas regras eleitorais da CBF, na eleição presidencial, o voto das federações tem peso três. Dos clubes da Série A é dois e dos clubes da Série B, um. Assim, é possível vencer o pleito somente com os votos das filiadas. Nenhum presidente de clube ficou ao lado do ex-atleta.
Apesar de ser favorito, Ednaldo se movimentou nos bastidores. O mandatário se reaproximou de presidentes de federações com quem não tinha boa relação, reestruturou a arbitragem, sem Seneme e com um comitê internacional, e fez promessas aos clubes. Uma delas foi a de que vai facilitar todo o processo da criação de uma liga unificada que organize o Campeonato Brasileiro em dois anos.
A chapa “Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza” foi a única inscrita para a eleição, realizada na sede da CBF, no Rio. Com Ednaldo foram eleitos também oito vice-presidentes: Ricardo Nonato Macedo de Lima, Reinaldo Rocha Carneiro Bastos, Gustavo Oliveira Vieira, Gustavo Dias Henrique, Ednailson Leite Rozenha, Antônio Roberto Góes da Silva, Leomar de Melo Quintanilha e Rubens Renato Angelotti.
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A eleição também se estendeu ao Conselho Fiscal, com a aprovação nas urnas dos nomes de José Sergio Oliveira Santos, José Piedade Campos e Elielson Gomes Ferri como membros efetivos, e os de Antonio Felipe Gomes Duarte de Farias, Leonardo Gladson Lemos Otero e Rodrigo de Albuquerque Benevides Mendonça como suplentes.
“Hoje, celebramos não apenas a confirmação do nosso trabalho pela reeleição, mas o triunfo da democracia, do diálogo, da liberdade e da autonomia das organizações esportivas. Ao longo dos últimos anos, enfrentamos muitos desafios. Sofremos todo tipo de preconceito e perseguições. Tentaram até um golpe. Resistimos e vencemos! Agradeço a Deus por tudo, à minha família pelo apoio incondicional e a todos que trabalham incansavelmente todos os dias para fortalecer e purificar o futebol brasileiro, em especial à FIFA, a CONMEBOL e a cada um de vocês, representantes de federações e clubes, pela confiança e parceria ao longo desses anos”, disse o presidente, em seu discurso de agradecimento.
“A CBF voltou a ter representatividade internacional. O português foi reconhecido como língua oficial da FIFA e CONMEBOL. Criamos a União das Federações de Futebol da Língua Portuguesa. Estabelecemos um Escritório de Projetos da CBF na FIFA, resultando no maior investimento que o Brasil recebeu da FIFA em toda sua história e posicionando a CBF como referência para o mundo inteiro em diversas áreas”, prosseguiu Ednaldo Rodrigues, que enumerou várias conquistas da CBF nos últimos anos sob sua gestão, destacando o papel da entidade no combate ao racismo e pelo desenvolvimento do futebol inclusivo.
“Fomos pioneiros na liderança global do combate ao racismo, implementando medidas como a parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, a reforma do RGC com sanções esportivas e a campanha #ComRacismoNãoTemJogo, vencedora do prêmio FIFA The Best. Também nos tornamos referência global em inclusão, apoiando iniciativas como a Seleção de Futsal Down, Futsal Nanismo e as Olimpíadas Especiais.”
Ednaldo também fez menção a outros aspectos de sua administração, reforçando o compromisso da CBF com o crescimento do futebol nacional.
“Batemos recordes sucessivos de faturamento e superávit, reinvestindo mais de 70% no desenvolvimento e fomento do futebol brasileiro. O maior investimento da história! Intensificamos os esforços para implementar o Fundo de Legado da Copa do Mundo, construindo Centros de Desenvolvimento do Futebol em estados que não sediaram jogos e melhorando a infraestrutura dos estádios em todo o país. Aprimoramos os torneios existentes e criamos novos, como o Campeonato Sub-15 masculino com 32 clubes, campeonato brasileiro masculino sub-20 da série B com 20 clubes, Copa do Nordeste masculino sub-20 com 24 clubes e Copa do Brasil feminina com 64 clubes. Garantindo oportunidades para jovens talentos de todas as regiões do Brasil”, disse.
Ele prometeu dar sequência ao trabalho com todo empenho e dedicação possíveis.
“Vamos continuar construindo um futebol que orgulha o país, gera empregos, promove o desenvolvimento e, acima de tudo, faz a alegria de milhões de torcedores.”
Trajetória de Ednaldo na CBF
A trajetória de Ednaldo Rodrigues no comando da CBF começou em agosto de 2021. Na oportunidade, ele foi nomeado para o cargo de presidente após indicação do Conselho de Administração da entidade, assumindo a presidência interinamente em um momento decisivo para a CBF.
Ednaldo Rodrigues foi escolhido para substituir Rogério Caboclo, que havia sido afastado pela Comissão de Ética da confederação. Sua chegada à presidência da CBF representou não apenas uma nova fase na gestão da entidade, mas também um marco significativo no cenário esportivo brasileiro, refletindo uma etapa inédita de diversidade e representatividade em uma das instituições mais importantes do futebol mundial.
Com a missão de garantir a estabilidade da administração da CBF, Ednaldo Rodrigues assumiu o cargo em meio a desafios internos e externos, responsável pela reestruturação e recuperação da credibilidade da confederação. Sua trajetória, que incluiu a liderança por vários anos da Federação Bahiana de Futebol (FBF) e seu trabalho no fortalecimento do futebol nordestino, foi vista como um diferencial na condução da CBF durante seu período de interino.
Com uma plataforma focada na união e no diálogo com todos os segmentos do futebol brasileiro, Ednaldo Rodrigues consolidou sua liderança na CBF ao ser eleito presidente durante a Assembleia Geral Eleitoral realizada em 23 de março de 2022. Ele também foi o único candidato à presidência naquele ano, encabeçando a chapa “Pacificação e Purificação do Futebol Brasileiro”.
Parei de ler no primeiro preidente negro e nordestino. Tao forcando demais
Concordo. Sem necessidade essa informação.
Parabéns Santos,Futebol Clube!
Parabéns PEIXÃO !
Só papo furado como sempre, cadê a posição firme da Cbf no caso do jogador do time da barra funda? Pelas insinuações do presidente da comenbol os times sobre o comando da Cbf , deviam abandonar a libertadores e a sul-americana.ficam com estas faixinhas nos estádios só pra inglês ver, pois na verdade não estão nem aí com o racismo.
Lendo a matéria, entendi que o Palmeiras não foi contra a candidatura do dito senhor que até agora não tomou qualquer atitude sobre o caso recente de racismo com os jogadores palestrinos.
Estamos cercados de hipócritas e falsos moralistas que agem por conveniência, o golpe está aí, cai quem quiser neste papo furado de maluco.
Caguei pra CBF, essa entidade nem deveria existir, mas enquanto esses mesmos caras estiverem a frente da entidade, anotem aí, não voltaremos a ser campeões de novo.