Elenco do Santos campeão da Copa Libertadores em 2011 (Crédito: Santos FC)

Nesse domingo, a TV Globo passou para o Estado de São Paulo a reprise da conquista do tricampeonato da Copa Libertadores do Santos, vitória diante do Peñarol, em 2011. Como o DIÁRIO DO PEIXE não existia naquela época, foi criado no final de 2017, fizemos a crônica da partida como se o jogo fosse hoje, com a visão do DIÁRIO, maior plataforma independente de conteúdo sobre o Santos Futebol Clube. Confira abaixo o relato daquele jogo histórico.

Tricampeão! Tricampeão!
Depois de quase 50 anos, o Santos volta a vencer a Copa Libertadores e conquista o tricampeonato da maior competição sul-americana de futebol. Neymar brilhou em campo, que também teve o Rei Pelé desfilando no gramado.

Depois de um empate sem gols no caldeirão do Estádio Centenário, em Montevidéu, o Peixe mostrou toda a sua em um Pacaembu lotado e conquistou o tricampeonato da Copa Libertadores ao vencer o Peñarol por 2 a 1. Neymar e Danilo marcaram para o Santos. O zagueiro Durval marcou contra o gol dos uruguaios.

O JOGO

O jogo começou tenso, truncado, cara de Libertadores. E perigo de gol na primeira etapa só do Santos, principalmente com chutes de longa distância.

Elano, primeiro em batida colocada, arriscou bem de longe, aos 8 minutos. O chute tinha endereço e o goleiro Sosa fez grande defesa. O goleiro do Peñarol minutos depois faria outra ótima defesa em falta cobrada pelo mesmo Elano da entrada da área.

Com Paulo Henrique Ganso inspirado, diversas foram as metidas de bola para Neymar e Zé Love em velocidade, mas os atacantes santistas estavam sempre muito bem marcados e em todas elas não conseguiram concluir ao gol como queriam.

Só um time procurava o gol e, nos minutos finais da primeira etapa, eles quase saíram.

Primeiro com Léo, que aproveitou dividida entre Neymar e os zagueiros e, na cara do gol, errou chute que concluiu com a perna direita. Depois com Durval, que subiu sozinho após batida de escanteio perfeita de Elano, mas cabeceou fraco e no meio do gol. Os primeiros 45 minutos terminavam mais uma vez sem gol entre Santos e Peñarol, com o Peixe atacando e o time uruguaio fazendo de Rafael Cabral quase que um espectador em campo.

O segundo tempo voltou e com o Santos no ataque, mas desta vez a história não se repetiu. O gol saiu, e com menos de dois minutos de bola rolando.

Arouca arrancou do meio-campo, tabelou com Ganso, que deu de letra para o volante. Ele ao todo passou por cinco marcadores e abriu na esquerda para Neymar. O atacante santista chutou forte, de primeira, e estufou as redes para abrir o marcador. O Pacaembu, que já “pulsava”, explodiu com o golaço alvinegro. Era o sexto gol do atacante na competição.

O gol fez o Santos se soltar ainda mais em campo, pois a vantagem estava construída, e o fato obrigou a equipe uruguaia a pelo menos sair um pouco da defesa, uma vez que quase não tinha visitado a área santista. E se o gol de Neymar foi pela esquerda, agora a artilharia do Peixe viria pela direita.

Em contra-ataque pela esquerda, aos 24 minutos, Neymar chama a marcação e inverte a bola no meio para Elano. O jogador então abre para Danilo, que limpa um marcador antes de invadir a área e chutar colocado, de esquerda, no canto do goleiro Sosa. Mais um golaço no Pacaembu de jogada bem trabalhada pelo Peixe.

Com 2 a 0, o Santos passou a cadenciar mais a partida e o Peñarol se jogou ao ataque. E se os atacantes uruguaios não conseguiam concluir ao gol, em lance de infelicidade, Durval ajudou o adversário. Após boa jogada pela direita, Estoyanoff cruzou rasteiro e o zagueiro santista cortou contra as próprias redes.

O gol uruguaio trouxe minutos de drama ao Pacaembu. O Santos foi então ao ataque, para matar a partida, mas o que se viu foi uma chuva de gols perdidos. Primeiro com Zé Love, que dentro da pequena área e sem goleiro cabeceou torto para fora. Depois com Neymar, que em contra-ataque invadiu a área e chutou na saída do goleiro. A bola caprichosamente bateu na trave e voltou para Zé Love, que pressionado pela zaga adversária, perdeu outro gol feito no rebote.

O gol não saiu, nem de um lado e nem de outro, e os segundos finais foram de olé da torcida santista até o apito final.

Com o término do jogo, confusão entre atletas do Santos e Peñarol, mas o tumulto logo foi controlado. Neymar, emocionado, se ajoelhou em campo e colocou (com o seu moicano) seu nome definitivamente na história do Santos – mesmo com apenas 19 anos. E outro Menino da Vila que fez história no passado voltava aos gramados mais uma vez para ser referenciado pela torcida. Pelé surgiu no campo de mãos dadas com o técnico Muricy Ramalho para uma festa alvinegra completa.

O Pacaembu enfim assistia seu primeiro título de Copa Libertadores da América com o tricampeonato do Santos Futebol Clube. O Peixe não conquistava a competição desde 1963.

FICHA TÉCNICA

Santos 2 X 1 Peñarol

Estádio: Pacaembu, em São Paulo (SP)

Data: 22 de junho de 2011 (quarta-feira)

Horário: 21h50 (horário de Brasília)

Público: 40.157 pessoas

Renda: R$ 4.266.670,00

Árbitro: Sergio Pezzota (Argentina)

Gols: Neymar, aos 2min e Danilo, aos 24min do 2º tempo (Santos); Durval, contra, aos 36min do 2° tempo

Santos: Rafael; Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro); Adriano, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso (Pará); Neymar e Zé Eduardo. Técnico: Muricy Ramalho

Peñarol: Sosa; Alejandro González (Albin) (Estoyanoff), Carlos Valdez, Guillermo Rodríguez e Darío Rodríguez; Corujo, Aguiar, Freitas e Mier (Urretaviscaya); Martinuccio e Olivera. Técnico: Diego Aguirre