Menos de 24 horas após confirmar a demissão do técnico Odair Hellmann, o Santos anunciou Paulo Turra, de 49 anos, como novo comandante. Braço direito de Luiz Felipe Scolari, o profissional foi jogador de futebol e assume seu primeiro desafio como técnico principal na região sudeste do Brasil.
Paulo Turra nasceu em Tuparendi, no interior do Rio Grande do Sul, e começou sua carreira como atleta pelo Caxias do Sul. Ele esteve no elenco que venceu o Grêmio de Ronaldinho Gaúcho na final do Campeonato Gaúcho de 2000. O Caixas era comandado por Tite.
“O grande mérito do Tite naquele momento foi comprar a briga em um clube com três meses de salário atrasados. Queríamos apenas ganhar, nada mais. Na parte tática, o Tite tem o diálogo como ponto forte. Ele aceita ideias, dialoga com o grupo. Um exemplo: em 2000, ele colocou um quadro negro numa mesa numa salinha pequena, destinada ao treinador. Chamava os 11 que iriam para o jogo e os líderes do grupo. E aí começava a conversar com a gente, perguntava o que achava, o que dava para mudar…isso faz com que o jogador se sinta instigado a procurar conhecimento, a conhecer mais e também dá responsabilidade a quem joga”, disse Turra em entrevista recente ao GE.
Paulo Turra não foi só campeão com Tite como também foi o primeiro capitão que liderou um time comandado pelo treinador a levantar uma taça. O treinador, à época, era considerado o “elo” entre seus companheiros de elenco e Tite, o que fez ganhar além da confiança, uma amizade de longos anos.
Em 2013, Tite comandava o Corinthians e recebeu Turra por uma semana no Parque São Jorge para uma espécie de estágio. O ex-treinador da Seleção Brasileiro naquele momento já era um treinador consagrado com títulos Brasileiros, Libertadores e Mundial.
Após o bom desempenho sendo comandado por Tite, Turra chamou atenção de Felipão, técnico do Palmeiras, e foi contratado. Em 2001, viveu sua primeira experiência jogando na Europa. Passou por Vitória de Guimarães e Boavista, chegando à semifinal da da Copa da UEFA, hoje, Liga Europa.
Antes de se aposentar, ainda jogou por Hibernian, da Escócia, Sertãozinho, de São Paulo, e no Avaí, clube de Santa Catarina.
Começo no Sul e amizade com Felipão
Quando pendurou as chuteiras, não demorou muito para voltar ao campo, dessa vez nas beiras como treinador. Iniciando pelo Novo Hamburgo, o treinado rodou o Brasil e comandou: Esportivo, Brusque, Cianorte, Operário-PR, Marcílio Dias, Avaí, Caxias e Cianorte, até que um velho conhecido entrou em cena.
Felipão entrou o contato com o treinador e o convidou para fazer parte de sua comissão técnico que iria para o Guangzhou Evergrande, da China. Ele assumiu o lugar do fiel escudeiro do técnico Penta Campeão Mundial, Murtosa, que havia se aposentado para cuidar da família.
Ele ainda atuou na mesma função nas passagens por Palmeiras, Cruzeiro, Grêmio e Athletico-PR, clube em que voltou a ser o técnico principal. Durante os trabalhos, ganhou elogios internos, principalmente por se tratar de um treinador jovem e com novas ideias.
“Acho que o grande ganho do Felipão no Palmeiras foi a saída do Murtosa – nada contra o Murtosa, muito pelo contrário -, e a chegada do Paulo Turra. O Murtosa traria para o Felipão as mesmas ideias que ele tinha lá atrás. O Turra traz ideias das quais o Felipão talvez só tivesse ouvido falar, e agora está vivenciando no dia-a-dia”, disse Alex, em entrevista à ESPN, em 2018.
Idolatria por José Mourinho
Como foi citado, Turra se tornou ídolo no futebol português e chegou a disputar a Liga dos Campeões da Europa. O tempo em que passou fora do Brasil serviu para ajuda-lo em outros aspectos como na parte tática e técnica.
Para ter uma ideia, apesar de Felipão ser o seu grande padrinho no mundo da bola, José Mourinho é seu grande ídolo.
“Sou fã dos livros do Mourinho. Quando jogava em Portugal, ele tinha despontado pelo futebol e o Porto, campeão da Liga dos Campeões, foi muito dissecado. Também leio livros sobre liderança. Tem uma coisa legal sobre livros: eles não são manuais. Não dissecam a forma da equipe jogar, os processos que ele fez para chegar naquilo. Livros são conhecimento, e sempre procuro estar antenado em alguma leitura”, disse ao GE, em 2018.
“Tem o futebol antes e depois de Mourinho. Como jogador, víamos que suas equipes eram diferentes. A principal questão é a intensidade. Enfrentei o União, e era uma equipe que marcava com muita intensidade, pressionando a saída de bola. Ele foi um dos primeiros a trabalhar em cima do adversário. Vou te dar um exemplo que era comentado entre jogadores naquela época: na final da Liga dos Campeões em 2002, ele entregou para cada jogador um DVD com as ações ofensivas e defensivas do Mônaco, adversário do Porto na final. Hoje isso é comum em todos os clubes do mundo, mas naquela época, era muito estranho voltar de um treino e ver jogos”, completa.
Leia também:
Contra o Corinthians o Santos foi facilmente dominado através de triangulações do adversário.
Vou ficar satisfeito se ele conseguir fazer com que os jogadores não fiquem olhando o adversário jogar sem tentar roubar a bola.
Observação PERFEITA!… tb fico IRADO com esse padrão “CERCA LOURENÇO” do SANTOS!
E este padrão está no FIRMWARE dos atacantes formados na BASE!… e os diversos Treinadores que chegam, não conseguem eliminar!
Veja o caso do ANGELO!… o cara perde a bola em qualquer zona do campo… e fica parado!
Excelente matéria do Diário.
Muitas informações, parabéns pela matéria.
Com relação ao Paulo Turra é muito simples o que ele precisa fazer.
Põe o time na defesa privilegiando totalmente a marcação e colocando mais jogadores no meio campo para que FINAMENTE possamos criar jogadas e explorar nossos pontas.
Quase nenhum time do campeonato tem tantos pontas como o Santos tem e que são mal aproveitados pelos treinadores.
Solteldo , Mendoza, Lucas Braga e Angelo.
O Santos tem que jogar no contra ataque , no erro do adversário explorando a velocidade de um desses jogadores citados acima.
Por 2 deles para jogar mais o Lucas Lima é pedir para perder o meio campo e as laterais pois o time fica exposto e os jogadores não voltam para marcar.
O resultado está aí , com 09 jogos sem ganhar uma partida de futebol.
Quer dar Paulo Turra ?
TIME NA DEFESA jogando no contra ataque.
Se vier com essa história de DNA ofensivo vamos cair para série B.
Exatamente isso…. jogando com 3 atacantes e com o Lucas Lima, o time nem marca e nem ataca
Reforçar o meio de campo e liberar o Lucas Lima para municiar 2 atacantes e o ideal
Concordo plenamente!
É, como quase unânime na escola gaúcha, adepto de estacionar um ônibus na defesa. Na atual situação do Santos é mesmo a melhor opção. Os da bobagem do “DNA ofensivo” vão odiar, mas é o certo.
Prefiro treinador iniciante do que esses que vêm ao Santos para trabalhar contra e só pedir contratações ďe porcarias e largarem lá na Vila Belmiro pra ficarem só ganhando sem jogarem nada, como desde Sampaoli que deixou dívidas e mandou os melhores para o flamengo qdo pensou que iria substituir Jorge Jesus. Agora que está lá já começou levar goleada de um bragantino que está reformulado.
Se os donos do Santos deixar trabalhar vai ser o início de um trabalho demorado mas com sucesso. Mas no Santos de DNA ( in) Ofensivo é improvável que de certo, infelizmente. Inclusive precisaria mudar a gloriosa base mas… impossível com esses que a comandam
Amigo, gostei do que li a respeito do Tura ele trabalha com variações táticas e mais o meia caso do Lucas Lima jogar próximo ao Marcos Leonardo ou com dois centroavante, agora gostaria mesmo é ver o Luan Dias