O zagueiro esteve várias vezes perto de sair do Santos neste ano (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Lucas Veríssimo está recuperado de uma lesão nas costas e, se Cuca quiser, estará em campo neste domingo, às 11h, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte, pelo Campeonato Brasileiro. O zagueiro, titular absoluto do Santos até sofrer o problema físico, esteve próximo de ser vendido para clubes da Europa várias vezes neste ano, mas as negociações fracassaram, o que gerou um atrito entre seus agentes e o presidente José Carlos Peres. Apesar disso, ele jura que não está insatisfeito no Peixe.

Depois de ver frustradas as tratativas com Spartak Moscou, da Rússia, Lyon, da França, e Torino, da Itália, Veríssimo só quer jogar futebol em paz. Em entrevista exclusiva ao Diário do Peixe, o jogador de 23 anos afirmou mais uma vez que deseja se mudar para a Europa, mas garantiu que vai se dedicar de corpo e alma ao Santos enquanto a transferência não chegar. “Vocês nunca vão me ver insatisfeito e fazendo corpo mole”, disse ele.

DIÁRIO DO PEIXE – No começo do ano, você revelou que tinha o sonho de jogar na Europa. Mais recentemente, algumas ofertas chegaram, mas a transferência não se concretizou. Já dá para dizer que o sonho foi adiado? Você fica no Santos ao menos até o fim do ano?
LUCAS VERÍSSIMO – É sempre difícil cravar algo, ainda mais no futebol, em que tudo acontece do dia para a noite, é muito dinâmico. Mas eu estou com a cabeça totalmente focada no Santos, em voltar a ajudar a equipe e os meus companheiros. Quero reconquistar o meu espaço e brigar por uma vaga. Sempre fui muito feliz aqui e sei que sempre serei enquanto vestir essa camisa. Vocês nunca vão me ver insatisfeito e fazendo corpo mole.

No jogo contra o Internacional, em junho, você teve sua primeira expulsão na carreira no dia em que representantes do Lyon estavam na Vila para vê-lo em ação. Você sabia disso? Esse fato e as outras propostas que chegaram mexeram com a sua cabeça?
Eu sempre fui muito concentrado e focado dentro de campo. Sei que me excedi um pouco naquela partida e, de certa forma, comprometi a equipe, mas não teve nenhuma relação com qualquer pessoa que estivesse avaliando o meu futebol. Procuro nem saber desse tipo de coisa para manter sempre a concentração máxima no trabalho e na partida.

O presidente José Carlos Peres chegou a prometer que não iria barrar sua saída, mas acabou rejeitando as propostas que chegaram. Vocês conversaram sobre isso?
Eu cheguei a conversar rapidamente com o presidente uma vez em que nos encontramos no CT, mas foi mais para ter um posicionamento concreto do clube sobre ser negociado ou não. Nenhum jogador gosta de ter o seu futuro indefinido, ainda mais por tanto tempo assim. Nunca escondi o meu desejo de atuar na Europa, mas acredito que tudo acontece no seu tempo. Estou hoje no Santos e é o Santos o clube pelo qual vou continuar a dar tudo de mim.

A janela europeia de transferências está perto do fim (fecha no dia 31 de agosto) e a tendência é que você continue no Santos. Você ficou chateado por não ter sido vendido?
Não, chateado eu não fiquei. Como eu falei, só queria uma definição rápida quanto ao meu futuro para ter o meu foco garantido no Santos ou onde quer que seja. Estou feliz aqui no Santos, sempre estive.

Por causa das negociações você ficou fora da viagem ao México, durante a Copa do Mundo, e depois perdeu espaço no time. Como fazer para recuperar a posição de titular do Santos, ainda mais na zaga, que é um dos setores mais qualificados do time?
Na verdade, eu acabei não indo ao México por causa de um desconforto que eu tive, uma mialgia. Não teve relação com nenhuma negociação. O professor Jair (Ventura) acabou por utilizar o Gustavo (Henrique), que é um grande zagueiro, ao longo da inter-temporada. Depois, quando voltei a ter uma oportunidade, acabei machucando as costas. Agora é trabalhar para retomar o meu espaço, mas sempre respeitando o Luiz (Felipe), o Gustavo e o Bambu, zagueiros que têm qualidade para defender o Santos.

Em janeiro, a janela de transferências da Europa abrirá de novo e outras propostas podem chegar. Você teme que se repita essa situação de ficar muito tempo sem saber se vai sair ou ficar?
Olha, como eu falei, eu mantive o meu foco durante todo esse processo. Muita coisa eu fiquei sabendo apenas pela imprensa. Meu futuro eu deixo nas mãos dos meus empresários e do Santos. Eles são os responsáveis por toda essa parte. Meu foco é no campo. Eu só quero jogar.

Cuca disse em entrevista coletiva que o Santos não pode perder você, ainda mais depois da saída do David Braz. Como você viu essa declaração?
É sempre importante para o jogador saber que o treinador conta com você dentro do clube. Vi de forma positiva a declaração dele e estou à disposição para ajudá-lo e ajudar os meus companheiros. Espero conseguir retribuir a confiança do Cuca no meu futebol.

Hoje o Santos figura muito próximo da zona de rebaixamento do Brasileirão. Qual é o segredo para voltar a vencer e fugir dessa situação?
Precisamos voltar a fazer gols, algo que sempre foi a nossa característica. Estamos criando e a bola infelizmente não vem entrando. Mas tenho certeza de que, se mantivermos a tranquilidade, voltaremos a vencer e, consequentemente, subir na tabela.

Você já está recuperado da lesão? Se o Cuca precisar de você, já pode ser titular ou ainda não aguenta os 90 minutos?
Graças a Deus já estou recuperado, sim. Foquei bastante no trabalho de fisioterapia e estou pronto para voltar. Se o professor Cuca precisar de mim, estou à disposição para ajudar o Santos a voltar a vencer.